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POR RENNAN SETTI / ANA PAULA RIBEIRO
Já o dólar comercial recuou 0,63%, a R$ 2,329 na venda
RIO e SÃO PAULO — A Bolsa brasileira perdeu fôlego no final do pregão, mas ainda assim fechou em alta, sustentada, principalmente, pelas ações da Petrobras, que avançaram mais de 4%. Um dos motivos para a alta é que, entre os investidores, circulam rumores de que pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial prevista para ser divulgada à noite mostrará reação de Marina Silva (PSB) nas intenções de voto. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, terminou o pregão com avanço de 2,01%, aos 59.114, após ter subido quase 4% durante o dia. Já o dólar comercial fechou em queda de 0,63%, a R$ 2,327 na compra e a R$ 2,329 na venda.
A maior contribuição positiva vem das ações da estatal Petrobras, a mais sensível aos rumores eleitorais. Os papéis da companhia avançaram 4,86% (preferenciais, sem direito a voto) e 4,36% (ordinárias, com direito a voto). A petrolífera recupera, assim, grande parte das perdas que registrou nas últimas duas semanas.
Em dois pregões, o Ibovespa subiu 3,81%, recuperando parte das perdas da semana passada, que totalizaram 6,2%, também sob impacto dos rumores eleitorais.
Além dos rumores eleitorais, a expectativa em relação à reunião do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também concentra as atenções dos investidores, que aguardam por uma sinalização de quando terá início o processo de aumento de juros nos Estados Unidos. Quando isso ocorrer, deve haver uma migração de parte dos recursos dos mercados emergentes para o americano.
— A expectativa é que o Fomc não antecipe o processo de aumento de juros, o que contribuiu para a alta nos mercados — afirmou Alan Oliveira, analista da Futura Invest. A maioria dos economistas acredita que os juros dos Estados Unidos começarão a subir em meados de 2015.
Os bancos também tiveram alta expressiva no pregão dessa terça-feira. O Banco do Brasil registrou valorização de 4,40%, enquanto o Bradesco teve alta de 2,72% e o Itaú avançou 2,58%. Na contramão, o Santander cai 1,55%.
— Hoje, as notícias corporativas não têm qualquer peso. O que está influenciando mesmo é a expectativa com a pesquisa Ibope, que, segundo os rumores, deve mostrar Marina Silva à frente de Dilma Rousseff em um segundo turno — afirmou Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.
A Oi subiu 8,60%, depois que o jornal italiano “Il Sole 24 Ore” publicou, sem citar fontes, que o diretor-executivo da Telecom Itália (dona da TIM), Marco Patuano, estuda se unir à Oi, uma possível alternativa da proposta que a operadora brasileira tenta fazer pela TIM. A alta chegou a superar os 10% no início da tarde.
Segundo a Bloomberg, a Telecom Italia falou com consultores sobre usar sua unidade brasileira Tim Participações para adquirir a Oi, segundo três pessoas próximas ao assunto que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas. Ainda não houve uma abordagem da Oi, segundo as pessoas. Qualquer operação estaria sujeita à aprovação das agências regulatórias no Brasil
WALL STREET INVERTE SINAL COM ESTÍMULO CHINÊS
Na Europa, as ações caíram com especulações de que o aumento de juros nos EUA virá antes do previsto e com a incerteza gerada pelo referendo sobre a independência escocesa. O índice DAX, de Frankfurt, caiu 0,28%. Já o CAC 40, da Bolsa de Paris, recuou 0,44% e o FTSE, de Londres, caiu 0,18%.
Em Wall Street, as Bolsas abriram em queda mas inverteram o sinal com a elevação do preço do petróleo no mercado internacional, que avançou 1,9% e atingiu US$ 94,70 o barril. A alta foi puxada pela notícia publicada pelo site Sina.com, segundo a qual o banco central da China estaria emprestando o equivalente a US$ 81,4 bilhões aos cinco maiores bancos do país. O índice Dow Jones subiu 0,59%, enquanto o S&P 500 avançou 0,75%, igual variação registrada pela Nasdaq.
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