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Investidores também estão de olho em decisão do banco central americano
SÃO PAULO - A disputa eleitoral concentra as atenções dos investimentos nos negócios da Bolsa brasileira nessa quarta-feira, que opera em terreno positivo puxada pela ações da Petrobras, que sobem mais de 2%. Às 13h18, o Ibovespa, principal referência para o mercado acionário brasileiro, registrava alta de 0,85%, aos 59.603 pontos. Já o dólar comercial tinha leve alta de 0,81%, a R$ 2,3460 na compra e a R$ 2,3480 na venda.
O que estimula o movimento de alta foi a divulgação, na noite de quarta-feira, da pesquisa Ibobe que mostrou avanço dos candidatos de oposição nas simulações de primeiro turno e a ampliação da vantagem da candidata do PSB, Marina Silva, nas intenções de voto para o segundo turno na simulação que leva em conta a presidente Dilma Rousseff (PT).
Na avaliação do estrategista da corretora Gradual, Flávio Conde, a alta é limitada porque nos últimos dois pregões o Ibovespa já tinha operado em terreno positivo.
— Nesse pregão a alta não está tão forte porque os rumores sobre o resultado da pesquisa causaram um impacto antecipado na Bolsa, ainda assim as ações mais ligadas as eleições, como as de estatais, sobem forte — afirmou.
Como o cenário eleitoral é o que prevalece, as ações de estatais são as mais favorecidas no pregão, uma vez que a maior parte dos agentes do mercado financeiro entende que uma mudança no comando do governo federal poderia estimular o crescimento econômico e, consequentemente, ajudar no aumento dos lucros das empresas.
As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras sobem 2,41% e as ordinárias (com direito a voto) avançam 2,65%. O setor bancário também responde de forma positiva. Itaú Unibanco e Bradesco possuem alta de, respectivamente, 1,28% e 1,37%. Já Banco do Brasil avança 1,38%. As preferenciais da Eletrobras têm alta de 3,22%. Já a maior queda é a da Cemig, com o avanço do candidato do PT, Fernando Pimental, ao governo de Minas Gerais. O recuo é de 4,89%.
Já no cenário corporativo, o destaque é a alta de 3,65% nas ações da Oi e de 3,33% na TIM. Pela manhã, a Telecom Italia afirmou à sua controlada brasileira TIMParticipações que não há nenhuma discussão em curso para uma oferta de compra da rival Oi. A negativa ocorreu após rumores de que o grupo italiano poderia estar trabalhando para fazer uma oferta pela Oi, que atualmente atravessa processo de fusão com a Portugal Telecom.
BOLSAS NO EXTERIOR EM ALTA
No cenário externo, a atenção se volta à reunião do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, banco central americano). A expectativa é que haja uma sinalização mais clara de quando os juros nos Estados Unidos começarão a subir. O aumento está esperado para meados do ano que vem e, enquanto isso não acontece, os mercados emergentes são favorecidos pelo aumento do fluxo de recursos.
Apesar do peso do noticiário eleitoral sobre o movimento da Bolsa, o diretor da Tática Asset Management, Ernesto Rahmani, lembra que as sinalizações da política monetária nos Estados Unidos também possuem um peso relevante.
— O mercado internacional se debruça para ver como ficará o mundo com a volta ao uma política monetária normalizada, com o aumento dos juros — disse, lembrando que a participação dos investidores estrangeiros é essencial na formação de preços das ações mais negociadas, as chamadas "blue chips", como Petrobras e Vale.
No exterior, o movimento é de alta. O DAX, de Frankfurt, fechou com valorização de 0,30% e o CAC 40, da Bolsa de Paris, de 0,50%. Já o FTSE, de Londres registrou queda de 0,17%, que opera com a preocupação em relação ao resultado do plebiscito, na quinta-feira, em que os escoceses irão decidir se seguem ou não junto com o Reino Unido. Nos Estados Unidos, Dow Jones registra leve alta de 0,06% e o Nasdaq tem alta de 0,13%.
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