quarta-feira, 17 de setembro de 2014

CORRUPÇÃO: Contadora confirma emissão de notas frias e fala em mala de dinheiro nas empresas de Youssef

OGLOBO.COM.BR
POR FRANCISCO LEALI

Meire Poza prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava-Jato no Paraná
Em depoimento, contadora citou a empresa Sanko Sider e a empreiteira Engevix. - Ailton de Freitas / Agência O Globo
BRASÍLIA— Em depoimento à Justiça Federal, a contadora Meire Poza confirmou que as notas fiscais emitidas por empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef eram fictícias. Segundo ela, foram emitidas notas da GFD para empreiteiras sem que houvesse em troca prestação de serviço para essas construtoras. No depoimento tomado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava-Jato no Paraná, e gravado em video são citadas como empresas que pagaram por um serviço inexistente a Sanko Sider e a empreiteira Engevix.
Meire Poza revelou ainda que via muito dinheiro em espécie entrando e saindo do escritório da GFD em São Paulo:
— Lá tinha cofre e entrava muito dinheiro.
Ela contou também que em uma ocasião acompanhou funcionários da GFD levando uma mala de dinheiro no escritório da OAS.
A empresa Sanko Sider nega envolvimento em irregularidades e alega que os pagamentos foram feitos segundo notas emitidas regularmente. Procurada, nos últimos dois dias, a OAS ainda não deu retorno.
Ao contrário de Meire Poza, outros investigados pela Justiça preferiram se calar. O doleiro Alberto Youssef e dois de seus colaboradores Leandro Mereilles e Esdras de Arantes Ferreira se negaram a prestar esclarecimentos. Por orientação dos advogados, no dia do interrogatório disseram que fariam uso do direito de permanecer calados.
— Pela nossa lei, o sr tenho direito de permanecer em silêncio, mas também é oportunidade de o senhor falar no processo. O senhor prefere falar ou ficar em silêncio? — indagou do juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná.
— Excelência, vou continuar em silêncio por conta da suspeição — respondeu Youssef.
A defesa do doleiro já tentou arguir, sem êxito, a suspeição do juiz Moro que coordena todos processos envolvendo a operação Lava Jato.
A OPERAÇÃO
A Polícia Federal indiciou 46 pessoas por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, entre elas o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O ex-diretor da Petrobras e o doleiro atuaram juntos na área de consultoria a empresas que têm negócios com a Petrobras. Dono da empresa Costa Global, Paulo Roberto Costa havia se associado a Youssef para a compra da Ecoglobal, empresa que obteve um contrato de R$ 443,8 milhões com a estatal, segundo a investigação. Esse contrato foi apreendido na sede da Petrobras.
Pelas investigações da PF, Youssef e outros três doleiros movimentaram aproximadamente R$ 10 bilhões de forma atípica. Alguns indiciados foram apontados também por corrupção, formação de quadrilha e tráfico de drogas.

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