segunda-feira, 4 de agosto de 2014

MUNDO: Ataques matam um israelense e ferem seis em Jerusalém

De OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Disparos perto de universidade e ataque contra ônibus ocorrem após Hamas acusar Israel de violar trégua
Palestinos carregam seus pertences enquanto caminham sobre os escombros de edifícios destruídos por ataques israelenses, perto do campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza -MAHMUD HAMS / AFP
GAZA — O Hamas acusou Israel de violar uma trégua unilateral de sete horas decretada pelo próprio governo do premier Benjamin Netanyahu e que entrara em vigor às 4h da manhã (10h em Israel) em algumas áreas da Faixa de Gaza, em meio à indignação internacional pelo terceiro ataque mortal a uma escola da ONU que abriga palestinos. Imediatamente após o início do cessar-fogo temporário, um bombardeio sobre um campo de refugiados na cidade de Gaza matou uma menina de 8 anos e deixou 29 pessoas feridas. Enquanto isso, foguetes palestinos foram lançados no território israelense, e episódios de violência começaram a ser registrados em Jerusalém, com uma escavadeira atingindo um ônibus e disparos perto de uma universidade contra um soldado. Os ataques, descritos pela polícia como terroristas, parecem ser uma reação à guerra em Gaza.
Israel negou ter violado a oitava tentativa de cessar-fogo desde o início da guerra há quatro semanas. As sete tréguas anteriores fracassaram poucas horas depois de terem começado. As forças militares de Israel explicaram que a pausa tinha o objetivo de abrir uma janela humanitária e permitir o retorno de palestinos deslocados a suas casas. A trégua, no entanto, não incluía áreas onde as tropas ainda estavam operando ou iriam responder a qualquer ataque.
Em Jerusalém, um homem dirigindo uma escavadeira derrubou um ônibus. Ele foi morto a tiros pelas forças de segurança, enquanto um pedestre morreu e mais cinco pessoas ficaram feridas em um bairro de judeus ultraortodoxos. De acordo com o jornal “Haaretz”, os feridos são motorista do ônibus, três passageiros e um policial.
A polícia identificou o motorista da escavadeira como um palestino de Jerusalém Oriental e descreveu o incidente como um ataque terrorista. Militantes palestinos realizaram investidas semelhantes usando veículos de construção civil no passado.
Ônibus capota após ser atingido por veículo de construção civil em Jerusalém - AMMAR AWAD / REUTERS
Algumas horas depois, perto da Universidade Hebraica de Jerusalém, um atirador abriu fogo ferindo um soldado gravemente no estômago. As forças de segurança realizam uma caçada na tentativa de deter o agressor, que fugiu em uma moto.
— Suspeitamos que este foi um ataque terrorista — disse Yossi Parienti, chefe de polícia de Jerusalém, ao Canal Dois.
As tensões elevaram-se em Jerusalém no último mês após o início da ofensiva em Gaza e o assassinato de um adolescente palestino na cidade por israelenses para vingar a morte de três jovens israelenses sequestrados e mortos na Cisjordânia.
Não houve reivindicações imediatas de responsabilidade pelos ataques nesta segunda-feira, mas um porta-voz do Hamas exaltou a investida:
— Nós louvamos as operações heroicas e bravas em Jerusalém, que vêm como uma reação natural aos crimes e massacres pela ocupação contra o nosso povo em Gaza.
EXÉRCITO ISRAELENSE MATA LÍDER DA JIHAD ISLÂMICA
Mais cedo, um ataque aéreo israelense matou um líder militante da Jihad Islâmica, em Gaza, poucas horas antes do cessar-fogo. O grupo, aliado próximo do Hamas, disse que seu comandante morreu em um bombardeio que atingiu sua casa pouco antes do amanhecer.
Outros ataques aéreos israelenses no campo de refugiados de Al-Shati, a leste da cidade de Gaza, deixaram ao menos 15 feridos, de acordo com a agência de notícias palestina Ma'an.
Um tanque israelense volta da Faixa de Gaza para uma base na fronteira israelense - THOMAS COEX / AFP
O anúncio da breve trégua segue a decisão do gabinete de segurança de Israel de não tentar chegar a um acordo por meio de negociações com o Hamas e outros grupos palestinos em Gaza. O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse que o grupo estava cético sobre o novo cessar-fogo.
— A calma que Israel declarou é unilateral e tem como objetivo desviar a atenção dos massacres israelenses. Não confiamos em tal calma e alertamos nosso povo para tomar cuidado — disse Zuhri.
Israel vem diminuindo suas operações por terra desde o fim de semana, mas manteve seus bombardeios aéreos, marítimos e de artilharia. No 28º dia de ofensiva, ataques aéreos continuaram durante a noite em Gaza, embora em menor intensidade do que nas noites anteriores. A guerra deixou até o momento mais de 1.800 palestinos e mais de 60 israelenses mortos.
O porta-voz do Exército israelense Peter Lerner disse que as Forças de Defesa de Israel estavam perto de completar sua missão de destruir a rede de túneis do Hamas que leva até Israel. Moradores de algumas áreas de Gaza, que tinham sido advertidos para se retirarem, foram informados de que poderiam voltar para suas casas.

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