terça-feira, 5 de agosto de 2014

ECONOMIA: Dólar sobe em meio a tensão na Ucrânia e dados positivos dos EUA

Do UOL

O aumento da tensão geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia e os dados econômicos melhores que o esperado nos Estados Unidos acentuaram a aversão a risco e elevaram a demanda pela moeda americana que fechou no maior nível em dois meses frente ao real.
O dólar comercial subiu 0,97%, encerrando a R$ 2,2822, maior patamar desde 4 de junho. Já o contrato futuro para setembro avançava 0,99% para R$ 2,299. 
A moeda americana abriu em alta amparada pelos dados econômicos melhores que o esperado nos Estados Unidos e acentuou a valorização no período da tarde após declarações do ministro de Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, à televisão polonesa TVN24 BIS, de que as tropas russas estão preparadas para pressionar ou invadir a Ucrânia. "Em momentos de maior aversão a risco há um aumento da demanda por ativos considerados porto seguro como o dólar e o ouro", afirma Italo Abucater, especialista em câmbio da corretora Icap.
A moeda americana avançava 0,76% frente ao peso mexicano, 1,12% em relação ao rand sul-africano e 0,99% diante da lira turca.
Nos Estados Unidos, os dados econômicos melhores que o esperado reforçaram a expectativa de que a economia americana continua se recuperando e ampliaram as chances de que o Federal Reserve poderá elevar a taxa básica de juros antes do esperado pelo mercado.
O setor de serviços nos Estados Unidos encerrou julho em 58,7 pontos, acima dos 56 pontos registrados em junho e acima do previsto pelos analistas que esperavam uma alta para 56,5 pontos. Já as encomendas da indústria para bens manufaturados saltaram 1,1% em junho, acima da expectativa do mercado que era de uma alta de 0,5%.
Em relatório, o Nomura diz que as moedas emergentes têm se tornado mais vulneráveis nos últimos dois anos a solavancos nos rendimentos dos Treasuries. O banco japonês conclui que essa maior sensibilidade pode colocar sob teste o sentimento positivo da instituição com o mundo emergente, em vigor desde fevereiro.
No mercado local, o presidente do Banco Central afirmou hoje, durante na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que o mercado financeiro permanece com elevado nível de liquidez, com patamar de risco comprimido. Tombini ressaltou que o Brasil tem que transitar com mudanças externas de forma segura e que o câmbio é a primeira linha de defesa, voltando a destacar que o BC usa seus instrumentos para garantir tranquilidade financeira e financiamento externo.
Com a inflação pressionada, analistas já veem a possibilidade de o BC aumentar as atuações no câmbio por meio das rolagens caso o dólar acelere a alta em um curto espaço de tempo e ultrapasse a barreira de R$ 2,30. O mercado também já enxerga uma mudança do patamar do câmbio após o crescimento bem acima do esperado do PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre, saindo da banda de R$ 2,20 e R$ 2,25 em que esteve desde abril. "Acho que a moeda tende a buscar o patamar de R$ 2,30, mas não vejo uma disparada do dólar", afirma Abucater, destacando que a partir de setembro o fluxo cambial tende a ficar mais negativo, com o aumento do envio de remessas para o exterior.
"Passamos por vários meses de volatilidade em queda e o BC manteve as intervenções intactas. Agora, com o dólar oscilando mais, não dá para descartar que o mercado volte a testar o BC. E isso pode acontecer justamente num período em que tudo vai gerar volatilidade no câmbio: fluxo mais negativo pelo aumento das remessas, eleições e Fed terminan do as compras de ativos", afirma o gestor de asset brasileira.
O Banco Central fez hoje a rolagem de todos os 8 mil contratos de swap cambial tradicional, que venceriam em 1º de setembro, cuja operação movimentou US$ 395,2 milhões .
Com isso ainda restam US$ 9,270 bilhões em swaps a serem renovados. Se mantiver o mesmo ritmo, o BC renovará US$ 8 bilhões do lote total que vence no início do mês que vem, devendo liquidar o equivalente a US$ 2,07 bilhões.
Mais cedo, o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados no leilão do programa de intervenção, "injetando" o equivalente a US$ 198,9 milhões no mercado futuro.

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