Estados Unidos também planejam levantar algumas sanções na mesma data
Usina nuclear de Bushehr, no Irã APBRUXELAS — Assim como os Estados Unidos, os governos da União Europeia irão implementar o alívio de sanções ao Irã a partir de 20 de janeiro, dia em que o esperado acordo nuclear entra em vigor. A UE vai suspender por seis meses a proibição de manter e transportar petróleo iraniano, assim como o comércio de ouro e outros metais preciosos. O acordo passa a valer na próxima segunda-feira, quando a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve confirmar que o país parou de enriquecer urânio acima do nível de 5%. O limite permitiria a produção de energia elétrica, mas não a construção de armas nucleares, que requerer um grau de enriquecimento de 90%.
O alívio também permite que as compras de petróleo iraniano permaneçam nos níveis atuais. Seis potências mundiais e o Irã concordaram em iniciar a implementação de um acordo nuclear temporário em 20 de janeiro, segundo comunicado da chefe de Relações Internacionais da União Europeia, Catherine Ashton, publicado no domingo. O acordo temporário foi projetado para durar seis meses, e as partes esperam usar esse tempo para negociar um tratado final, que regularia o alcance do programa nuclear iraniano - suspeito por parte da comunidade internacional de ter fins militares, o que o país nega.
“A partir do dia 20 de janeiro, o Irã vai, pela primeira vez, começar a eliminação do seu estoque de urânio com alto nível de enriquecimento e a desmantelar parte de sua infraestrutura que faz tal enriquecimento possível”, disse o presidente dos EUA, Barack Obama, num comunicado divulgado neste domingo, quase ao mesmo tempo que o de Teerã. “Enquanto isso, nós continuaremos a aplicar de forma vigorosa amplas sanções contra o regime, e se o Irã falhar com seus compromissos, nós iremos aumentar ainda mais as sanções”, acrescenta.
O estoque iraniano de urânio enriquecido a 20% seria diluído ou convertido num outro tipo de produto mais difícil de ser usado para fins militares. O país concordou, ainda, em não instalar nenhuma nova centrífuga nos próximos seis meses nem começar a operar as que já foram instaladas, mas ainda estão desativadas.
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