quinta-feira, 11 de julho de 2013

CIDADANIA: Paralisações fecham rodovias, bloqueiam acessos a portos e tiram ônibus das ruas

De OGLOBO.COM.BR
LEONARDO GUANDELINE / JAQUELINE FALCÃO / CLAUDIO NOGUEIRA / CÁSSIO BRUNO

Acessos aos portos de Santos, Itaguaí e Suape foram bloqueados
Pelo menos 35 rodovias em 13 estados têm o tráfego interrompido
Adesão aos atos promovidos por centrais sindicais em todo o país deve ser parcial
Acesso ao Porto de Itaguaí bloquado por manifestantes Fábio Pontes / Revista Rota Verde
SÃO PAULO — No Dia Nacional de Lutas, promovido nesta quinta-feira pelas principais centrais sindicais do país, manifestantes interditam diversas rodovias e bloqueiam acessos aos portos de Santos, em São Paulo, Itaguaí, no Rio, e Suape, em Pernambuco. Em São Paulo, diversas avenidas foram fechadas pelos protestos, e a Via Dutra foi interditada nos dois sentidos. Em outras cidades, como Belo Horizonte, Salvador, Vitória, Manaus e Porto Alegre, os trabalhadores enfrentam a falta de ônibus nas ruas. Na capital gaúcha, a Justiça obrigou a circulação de ao menos 50% da frota. Até as 10h20m, 35 rodovias em 13 estados têm algum tipo de interrupção, segundo o site G1.
No Rio, manifestantes estão bloqueando a saída de caminhões do centro de operações postais, principal unidade de distribuição da ECT na cidade. Os serviços de transporte público. No Centro da cidade, manifestantes filiados a Central Única dos Trabalhadores (CUT) fazem piquete em frente às agências bancárias na Avenida Rio Branco.
Em Itaguaí, um protesto convocado pelo Sindicato dos Metalúrgicos bloqueia o acesso ao Porto de Itaguaí. O grupo impede a passagem de ônibus que levam funcionários para a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) . Pelo menos 50 ônibus estariam impedidos de seguir até a empresa.
São Paulo
Em São Paulo, manifestantes bloqueiam os dois sentidos da Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, na altura do Km 143, por funcionários da General Motors. Eles atearam fogo em pneus para interditar o acesso. Outro ponto de interdição ocorre no Km 146, na altura do acesso a Embraer, em São José dos Campos.
Em Guarulhos, Grande São Paulo, metalúrgicos, químicos e frentistas estão reunidos e devem seguir para o Km 210 da Dutra para bloquear a rodovia no sentido Rio-São Paulo.
Na Zona Leste, outros manifestantes se dirigem para a Radial Leste, via que liga a Zona Leste ao centro da capital. Eles pretendem seguir para o centro da cidade.
Porto Alegre
Na capital gaúcha, as garagens dos ônibus foram tomadas por sindicalistas durante a madrugada e nenhum ônibus entrou em circulação, contrariando determinação da Justiça. Nas cidades da região metropolitana também não há ônibus circulando. Apenas as linhas municipais de Esteio e Sapucaia do Sul, além de Novo Hamburgo, estão com alguns veículos em operação. As linhas intermunicipais foram suspensas a partir das 4h.
Nordeste
No Nordeste, a mobilização começou cedo. Em Pernambuco, todos os acessos ao complexo industrial portuário de Suape foram bloqueadas por manifestantes de três centrais sindicais impedindo o acesso de 75 mil operários ao local. Principal polo de desenvolvimento do Estado, Suape tem 105 empresas em operação e 25 em construção, como a polêmica refinaria Abreu e Lima. Os manifestantes utilizaram pneus queimados, ônibus atravessados e pedaços de pau para fechar um trecho da PE 60, que liga a BR 101 ao complexo.
Já Salvador amanheceu sem ônibus nesta quinta-feira, por causa da paralisação dos rodoviários. O movimento acontece em todas as garagens dos coletivos, de acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira. A previsão é que os veículos comecem a rodar a partir de 8 horas.
Unidade costurada
Depois de duas semanas de negociações, as paralisações vão atingir diferentes serviços em todo o país. Mesmo com o empenho dos dirigentes de entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, os trabalhadores devem parar parcialmente, uma vez que não houve ao longo dos últimos dias consenso sobre uma adesão geral.
Ainda assim, a expectativa é de atos em todos os estados, com marchas e bloqueios de estradas e avenidas durante o dia. Em meio a decisões judiciais para manter o funcionamento do transporte público, como em São Paulo e em Porto Alegre, categorias mostravam, na véspera do Dia Nacional de Lutas, que a paralisação seria parcial.
Em São Paulo, por exemplo, os bancários fecharão somente as agências da Avenida Paulista. Em Salvador, a ideia é atrasar o início do expediente nos hospitais públicos e privados. Em Santa Catarina, funcionários de uma empresa anunciaram que vão cruzar os braços por uma hora, enquanto a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que pretende interromper as atividades, “mas sem efeito direto nas operações das companhias”.
Em Brasília, o principal ato deve ser uma passeata da Catedral da cidade até o Congresso Nacional agora pela manhã. Há previsão, também, de um buzinaço pela capital federal e de manifestação na Esplanada dos Ministérios.
Já em Minas Gerais, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que todas as estações do metrô estão fechadas. Cerca de 500 metroviários bloquearam o trânsito na Praça Sete, no Centro. O grupo se reuniu na Praça da Estação e promete sair em caminhada até a sede da prefeitura e, depois, partem para a Câmara Municipal. A Polícia Militar (PM) acompanha o movimento de perto. Até agora não registro de ocorrência.
Em Santa Catarina, passeatas estão previstas no centro de Florianópolis e na BR-101, em Criciúma. A mesma rodovia será bloqueada por uma hora, às 15h, na altura de Itajaí. Em Chapecó, atos estão previstos em um hospital e na frente da fábrica da Sadia.
Em Curitiba, haverá, nas BRs 277 e 376, manifestações a partir de 8h. Às 16h, haverá concentração na Praça Rui Barbosa, no Centro da capital paranaense. Entre as reivindicações das categorias mobilizadas no estado estão política permanente de reajuste do salário mínimo regional e regulamentação da profissão de motorista de ônibus.
Força Sindical é contra PT nos atos
As duas centrais também entram divididas nos atos. De um lado, a Força Sindical rechaça a participação do PT, que convocou sua militância para ir às ruas em apoio ao plebiscito para a reforma política e ao marco regulatório da mídia. Do outro, a CUT considera legítima a posição do partido.
Em comum, a pauta trabalhista: o fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, reajuste para os aposentados, contra o projeto de lei das terceirizações e o fim dos leilões de petróleo, entre outros pontos.

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