Do UOL, em São Paulo
O dólar comercial interrompeu, nesta quinta-feira (5), uma série de quatro altas seguidas e fechou em queda de 1,24%, a R$ 2,359 na venda. É a maior queda para a moeda desde 18 de novembro, quando perdeu 2,30%.
Segundo dados da BM&F, o volume de negociação foi de cerca de US$ 1,3 bilhão.
A tendência para a moeda norte-americana, no entanto, ainda é de alta, e deve voltar a superar o nível de R$ 2,40 em breve, segundo analistas consultados pela agência de notícias Reuters.
No cenário brasileiro, os investidores estavam otimistas com declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Ele disse que o programa de intervenções diárias do BC no mercado de câmbio deve continuar em 2014, com ajustes.
Quando anunciou o programa, em agosto, o BC havia informado que as ações diárias se estenderiam pelo menos até o fim do ano. Na ocasião, o dólar era negociado em torno de R$ 2,45.
Ao mesmo tempo em que repetiu ser "apropriada" a manutenção do ritmo de ajuste monetário em curso, o BC ponderou, na ata, que a transmissão dos efeitos da política monetária "ocorre com defasagens". Segundo a agência de notícias Reuters, pode-se avaliar, a partir desta ressalva, que o BC pode reduzir seu ritmo de aumento da Selic, a taxa básica de juros.
Economia do EUA cresce 3,6% no 3º tri e preocupa investidores
O Produto Interno Bruto (PIB) do EUA cresceu à taxa anual de 3,6%, em vez dos 2,8% divulgados anteriormente, informou o Departamento de Comércio nesta quinta.
Os dados mostram que a economia norte americana está se recuperando. Isso gera temores de que, em breve, o banco central do país comece a reduzir seus estímulos, de US$ 85 bilhões por mês.
Atuação do BC no mercado de dólar
Foram vendidos 10 mil contratos de swap cambial com vencimento em 2 de junho de 2014. Contratos com vencimento em 5 de março de 2014 não foram vendidos. A operação movimentou US$ 495,9 milhões.
De segunda a quinta, são realizados leilões equivalentes à venda de dólares no mercado futuro; às sextas, são feitos leilões de venda de dólares com compromisso de recompra.
Fim do estímulo nos EUA preocupa investidores no mundo todo
Nos últimos meses, os investidores estão preocupados com a recuperação da economia dos Estados Unidos. Com sinais de que o país está superando a crise, o banco central do país começou a avaliar uma redução em seu programa de estímulos.
Atualmente, o Fed injeta US$ 85 bilhões nos mercados, em um programa conhecido como QE3. O BC americano tem utilizado uma ferramenta clássica de política econômica para fazer essa injeção de recursos: a compra de títulos públicos (pedaços da dívida estatal, vendidos pelo Tesouro dos EUA) em mãos de investidores e bancos.
Sem essa enxurrada de dólares e com juros mais altos nos EUA, os investidores tendem a preferir opções consideradas mais seguras, e tirar recursos de países emergentes.
Dólares baratos que alimentaram um boom no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na última década diminuíram desde que o Fed alertou, em maio, sobre a redução do esquema de compra de títulos dos EUA.
Com Reuters
Comentários:
Postar um comentário