terça-feira, 17 de setembro de 2013

ESPIONAGEM: Casa Branca diz que adiamento de visita de Dilma foi decisão conjunta

Do UOL, em São Paulo

Polêmicas, gafes e (quase) incidentes diplomáticos entre Brasil e EUA
Espionagem americana - Documentos revelados pelo ex-consultor da agência de inteligência americana Edward Snowden indicam que os EUA espionaram várias pessoas e países, entre eles o Brasil. Reportagem exibida pelo "Fantástico", da TV Globo, na noite deste domingo (1º), afirma que a petista e seus assessores foram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA). O objetivo da NSA era "entender melhor" a comunicação da presidente com sua equipe. Luiz Alberto Figueiredo, ministro das Relações Exteriores, foi aos EUA conversar com a secretária Susan Rice, mas não ficou convencido das explicações dos americanos - Leia mais Jody Amiet/AFP
Nota divulgada nesta terça-feira (17) pela Casa Branca informa que a decisão do adiamento da visita da presidente Dilma Rousseff aos EUA foi tomada em conjunto por ela e pelo presidente Barack Obama. 
A nota lembra a conversa telefônica mantida entre os dois presidentes na segunda-feira, em seguimento ao encontro mantido por Obama e Dilma às margens da cúpula do G20 em São Pertersburgo (Rússia) na semana retrasada. 
"O presidente disse que compreende e lamenta a preocupação que a divulgação da suposta espionagem americana provocou no Brasil e deixou claro que está comprometido em trabalhar com a presidente Rousseff e seu governo, por meio dos canais diplomáticos, para passar adiante esse tema como fonte de tensão nas nossas relações bilaterais", afirma o texto, lembrando que uma revisão dos procedimentos de inteligência, ordenada por Obama, deve levar meses até ser completada. 
"O presidente Obama e a presidente Rousseff esperam ansiosamente por essa visita de Estado, que irá celebrar nosso relacionamento mais amplo e não deve ser eclipsada por um único tema bilateral, não importa o quanto esse tema seja importante ou desafiador. Por essa razão, os presidentes decidiram adiar a visita prevista para o dia 23 de outubro."
A Casa Branca termina a nota dizendo que Obama "espera ansiosamente receber a presidente Dilma em Washington em uma data a ser acordada mutuamente. Outros importantes mecanismos de cooperação, incluindo diálogos presidenciais em temas de política, economia, energia e defesa, continuarão".
Primeira reação
A decisão de adiar a viagem, anunciada oficialmente nesta terça-feira, foi a primeira medida tomada em reação às recentes de denúncias de espionagem da NSA (agência de segurança norte-americana) contra a própria presidente e à Petrobras. Até então, a resposta brasileira se limitava a declarações e pedidos de explicações, que, segundo comunicado do Palácio do Planalto, não foram suficientes. 
Dilma seria recebida por Obama com honras de chefe de Estado, tipo de tratamento concedido pelos EUA a parceiros que julgam estratégicos. Na honraria, raramente concedida, o recepcionado é homenageado com vários eventos, entre eles um jantar de gala na Casa Branca, uma parada militar e uma visita ao Congresso local.
O último mandatário brasileiro a receber esse tipo de convite foi Fernando Henrique Cardoso, em 1995, recepcionado pelo então presidente Bill Clinton. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou aos EUA em 2009 para tratar da crise financeira global, mas não foi recepcionado com honras de Estado.
A presidente deverá ir à Nova York na próxima semana para participar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Há grande expectativa em torno do discurso de abertura do encontro, que será feito por Dilma - a praxe é que os chefes de Estado brasileiro façam o pronunciamento inaugural de todas as assembleias. A mandatária já anunciou que pretende tratar da espionagem no discurso.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |