terça-feira, 17 de setembro de 2013

ECONOMIA: Dólar cai a R$ 2,25 e Ibovespa sobe à espera da reunião do Fed

De OGLOBO.COM.BR
JOÃO SORIMA NETO (EMAIL)
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Investidores avaliam se banco central americano começará a reduzir estímulos à economia
SÃO PAULO - À espera da reunião do Federal Reserve, o banco central americano, o dólar comercial apresenta queda frente ao real e às 16h07m se desvalorizava 1,05% sendo negociado a R$ 2,256 na compra e R$ 2,258 na venda. Na máxima do dia, a moeda americana foi negociada a R$ 2,286 e na mínima bateu em R$ 2,254. Analistas avaliam que o real passa hoje por uma correção técnica. Ontem, o dólar se desvalorizou em todo o mundo frente a outras divisas, mas teve leve pequena alta em relação ao real.
O Fed pode iniciar, nesta quarta, a redução dos estímulos à economia dos EUA. O encontro começa hoje e termina amanhã. Uma parte dos analistas acredita que o Fed vai reduzir as compras mensais de títulos de US$ 85 bilhões para US$ 75 ou US$ 70 bilhões. Outros especialistas avaliam, entretanto, que embora a economia americana esteja em crescimento, os números mais recentes não indicam um ritmo forte e consistente, o que justificaria a manutenção dos estímulos no atual patamar, com a redução começando em dezembro.
- As intervenções do Banco Central no câmbio também potencializam a queda da moeda americana frente ao real - diz um operador de câmbio.
Hoje, o BC deu sequência ao seu plano de ação para fortelecer o real frente ao dólar e fez mais um leilão programado de contratos de swap cambial tradicional, uma operação que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. Foram vendidos dez mil contratos totalizando US$ 496,9 milhões. O BC também rolou 40 mil contratos que estavam vencendo, totalizando US$ 1,965 bilhão. O Banco Central já havia anunciado a rolagem desses contratos exatamente na semana em que o Fed se reúne, prevendo algum nervosismo do mercado. Amanhã serão rolados mais 55.300 contratos no valor de US$ 2,7 bilhões, além do leilão dos 10 mil contratos novos, no valor de até US$ 500 milhões.
Para o sócio da corretora NGO, Sidnei Nehme, a taxa de câmbio que reflete os atuais fundamentos da economia fica entre R$ 2,25 a R$ 2,30. Ele acredita que as atuações diárias do BC poderão a moeda americana nestes níveis até o final do ano.
- E agora essa cotação fica mais favorecida pela perspectiva de adiamento do início de mudanças no programa de incentivo monetário do Fed - diz Nehme.
Mas, se o banco central americano decidir reduzir já nesta semana seu programa de estímulo, o dólar poderá atingir R$ 2,35.
- Nesse caso, o programa de atuação do BC brasileiro poderá ser ampliado em volume financeiro, o que faria o dólar retroceder a R$ 2,30 - diz.
Ontem, o mercado ficou entusiasmado com a desistência de Lawrence Summers, ex-secretário de Tesouro dos EUA, da corrida para presidência do Federal Reserve (Fed). Para o estrategista-chefe do banco Mizuho no Brasil, Luciano Rostagno, Summers tinha uma postura contrária ao dinheiro barato injetado na economia todos os meses, o que o levaria a retirar os estímulos de forma mais rápida. Isso desgradava o mercado.
- O mercado ficou animado com a desistência de Summers, mas a cautela voltou à pauta com os investidores na expectativa da reunião do Federal Reserve, quando poderá ser iniciada a redução dos estímulos à economia americana - diz Pedro Galdi, estrategista da corretora SLW.
Juros futuros recuam com queda do dólar
As taxas do mercado futuro de juros estão em queda, acompanhando o movimento dos títulos do Tesouro americano. A expectativa pela decisão do Fed também traz cautela aos investidores. Na BM&F, o DI para janeiro de 2017 tem taxa de 11,67%, frente aos 11,70% de ontem. O DI para janeiro de 2015 tem taxa de 10,38% frente aos 10,44% de ontem). E o DI para janeiro 2014 tem taxa de 9,27% ante 9,28% de ontem.
Bolsa sobe à espera do Fed
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o principal índice, o Ibovespa, apresenta volatilidade, com os investidores cautelosos com a reunião do Fed. Às 16h13, o índice subia 0,16% aos 53.905 pontos e volume negociado de R$ 4,3 bilhões.
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA cai 0,66% a R$ 32,87; Petrobras PN perde 0,27% a R$ 18,40; OGX Petróleo ON tem alta de 2,63% a R$ 0,39; Itaú Unibanco PN sobe 1,06% a R$ 31,43 e Bradesco PN tem alta de 0,56% a R$ 30,10.
- Os mercados estão em compasso de espera pela decisão de política monetária do Fed. Na zona do euro, o avanço maior que o esperado do índice de confiança Zew dos investidores não é suficiente para puxar as bolsas europeias, que sofrem à espera do FED. O petróleo continua devolvendo a alta diante do esfriamento da tensão com a Síria - avalia a equipe de economistas da XP Investimentos.
Os papéis da OGX se valorizam após a divulgação de que a empresa negocia com a Exxon Mobil 50% do bloco POT-M-475, na Bacia Potiguar, arrematado na 11ª Rodada de Licitações, segundo noticiou o jornal Valor Econômico. Já as ações da MMX apresentam desvalorização de 2,84% a R$ 1,71 após a notícia, também divulgada pelo Valor, de que a empresa pode ter que pagar multa de até R$ 1 bilhão por não cumprir um contrato de transporte de minério de ferro firmado com a MRS Logística.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários estão em alta. O S&P500 sobe 0,43%; o Dow Jones se valoriza 0,24% e o Nasdaq tem alta de 0,73%. O índice de preços ao consumidor subiu 0,1% em agosto frente a julho, enquanto o mercado esperava uma alta de 0,2%.
Na Alemanha, o índice de expectativas econômicas pesquisado pelo instituto ZEW, que sinaliza o sentimento do investidor para os próximos seis meses, subiu de 42 em agosto para 49,6 em setembro, acima da expectativa dos analistas. Mesmo assim, as principais Bolsas fecharam em queda na expectativa da reunião do Fed. O índice Dax, do pregão de Frankfurt, caiu 0,19%; o Cac, da Bolsa de Paris, perdeu 0,16% e o FTSE, da Bolsa de Londres, recuou 0,80%. As Bolsas europeias também refletiram uma desaceleração maior que o previsto do crescimento do investimento direto na China.

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