Do UOL, em São
Paulo
O processo de redução da taxa básica de juros, que teve início em agosto do
ano passado, parece ter chegado ao fim. Pelo menos é o que sinaliza o Comitê de
Política Monetária do Banco Central (Copom). A ata da última reunião, divulgada
nesta quinta-feira (18), sinaliza que a redução de 0,25 ponto percentual na
Selic na semana passada, quando foi para a mínima histórica de 7,25% ao ano, foi
o "último ajuste" das condições monetárias diante do atual cenário
inflacionário.
Os cinco membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que
votaram a favor do corte argumentaram que ainda havia incertezas sobre a
velocidade da recuperação econômica, sobretudo por conta da expectativa de que a
fragilidade da economia global seja mais longa do que o esperado. Com isso, o
reflexo para o Brasil é desinflacionário.
"Além disso, foi destacado que as recentes pressões de preços decorrem,
principalmente, de choques de oferta, internos e externos, que tendem a reverter
no médio prazo. Portanto, no entendimento desses cinco membros do comitê, o
cenário prospectivo para a inflação ainda comportava um último ajuste nas
condições monetárias", trouxe a ata.
Na semana passada, o Copom fez o décimo corte seguido na taxa básica de juros
e já havia indicado que o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto de
2011, e que somou 5,25 pontos percentuais, havia chegado ao fim. O objetivo foi
ajudar na recuperação econômica do país, afetada pela crise internacional.
"O Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período
de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a
convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear", informou o
BC na última semana, repetindo a frase na ata.
A decisão não foi unânime, com cinco membros do Copom votando pela redução e
os outros três, pela manutenção da taxa em 7,5%. Pela ata, os dissidentes
argumentaram que a recuperação da atividade tende a ser sustentada pelos
impulsos monetários, fiscais e de crédito já dados e, "eventualmente, pressões
de demanda e de custos poderão incidir sobre a inflação".
O Copom também informou que o cenário para a inflação, embora os recentes
choques tenham impactado negativamente no curto prazo, manteve "sinais
favoráveis em prazos mais longos". As autoridades brasileiras têm defendido que
a economia brasileira começou a se recuperar neste semestre e que, por isso,
pode crescer mais de 4 por cento em 2013. Neste ano, não passará de 2%.
A inflação, por outro lado, também ajuda na avaliação de que o ciclo de
afrouxamento monetário do país chegou ao fim, já que vem apresentando constantes
sinais de pressão, sobretudo vindos dos alimentos.
O IPCA de setembro, por exemplo, subiu 0,57%, a maior variação para o mês em
nove anos. No acumulado em 12 meses, o indicador teve alta de 5,28%,
afastando-se ainda mais do centro da meta do governo, de 4,5%.
(Com informações da Reuters)
Comentários:
Postar um comentário