Do UOL
-
Muhammed Muheisen/AP - 2.out.2004O líder palestino Yasser Arafat morreu em 11 de novembro de 2004, aos 75 anos
Autoridade Palestina concordou nesta quarta-feira (4) em exumar o corpo de
Yasser Arafat, após novas acusações de que o líder palestino teria sido
envenenado com o elemento radiativo polônio-210 em 2004.
Um instituto suíço que examinou roupas fornecidas pela viúva de Arafat, como
parte de uma investigação realizada pelo canal Al Jazeera, disse ter encontrado
níveis "surpreendentemente altos" de polônio-210, embora os sintomas descritos
nos boletins médicos dele não fossem consistentes com esse agente radiativo.
A Autoridade Palestina disse que vai aprovar a solicitação de Suha Arafat, a
viúva, para que os restos mortais dele sejam retirados do seu mausoléu na cidade
de Ramallah, na Cisjordânia.
"A Autoridade, como sempre, está disposta a cooperar completamente e a
liberar o caminho para uma investigação sobre as verdadeiras causas que levaram
ao martírio do falecido presidente", disse Nabil Abu Rdeineh, porta-voz do
sucessor de Arafat como presidente palestino, Mahmoud Abbas. Ele não citou
prazos para a exumação.
"Quero que o mundo saiba a verdade sobre o assassinato de Yasser Arafat",
disse Suha à Al Jazeera, sem fazer acusações diretas, mas observando que Israel
e os Estados Unidos o viam como um obstáculo à paz.
Arafat, ex-guerrilheiro e ganhador do Nobel da Paz, morreu em 11 de novembro
de 2004, aos 75 anos. Na época, ele estava rompido com Israel, depois da
violenta interrupção do processo de paz em 2000.
Depois de passar muito tempo doente, Arafat foi transferido nos seus últimos
dias de vida para Paris, onde médicos disseram ser incapazes de estabelecer a
causa da sua morte. Autoridades francesas se recusaram a apresentar detalhes
sobre a doença dele, amparando-se em leis que protegem a privacidade.
O polônio, aparentemente ingerido na comida, já foi apontado como responsável
pela morte, após prolongada agonia, do ex-espião russo Alexander Litvinenko,
ocorrida em Londres em 2006.
Israel negou ter envolvimento na morte de Arafat, e Avi Dichter, na época
chefe do serviço de inteligência israelense, o Shin Bet, disse na quarta-feira
que o ônus da prova cabe aos palestinos.
"O corpo está nas mãos deles. Está em Ramallah, e realmente todas as chaves
estão nas mãos deles", afirmou Dicther à Rádio Israel.
* Reportagem adicional de Jeffrey Heller, em Jerusalám, e Noah Browning e
Ali Sawafta, em Ramallah
Comentários:
Postar um comentário