De OGLOBO.COM.BR
Com agências internacionais
Foram criadas menos vagas de do que se esperava.
Na Europa, Bolsa caem com alta do juro exigido pelos títulos da Espanha
SÃO PAULO - Com a piora no cenário internacional, o dólar comercial opera em
alta na manhã desta sexta-feira, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa
de Valores de São Paulo (Bovespa), se desvaloriza. por volta de 12h45, a moeda
americana subia 0,74% sendo negociada a R$ 2,0370 na compra e R$ 2,0390 na
venda. No mesmo horário, o Ibovespa caía 1,82% aos 55.355 pontos, seguindo o
movimento dos mercados externos que refletem dados mais fracos do mercado de
trabalho americano.
- Hoje deve ser um pregão de realização de lucros, já que a Bovespa não
funciona na segunda, feriado em São Paulo - diz análise da Corretora Souza
Barros.
Todas as ações mais líquidas do Ibovespa operam em queda: Vale PNA cai 1,72%
a R$ 39,81; Petrobras PN se desvaloriza 2,24% a R$ 19,17; OGX Petróleo ON perde
0,97% a R$ 6,08 e Itaú Unibanco PN recua 1,12% a R$ 29,12. A desvalorização do
preço das commodities no mercado externo prejudica o desempenho das blue chips.
Segundo a agência Bloomberg, a Petrobras
quer reduzir perdas com importação de combustíveis adicionando mais etanol à
gasolina. A empresa, inclusive, já teria pedido autorização ao governo para
isso.
O Ibovespa subiu por cinco pregões consecutivos. Na quinta, descolado dos
mercados internacionais, o índice fechou em alta, puxado pelas ações da
Petrobras. O índice subiu 0,54%, aos 56.379 pontos, com volume negociado de R$
6,3 bilhões.
Na Europa, as Bolsas operam com desvalorização nesta sexta. O índice Ibex, da
Bolsa de Madri, cai 2,89%; o Dax, do pregão de Frankfurt, recua 1,55%; o Cac, de
Paris, perde 1,28% e o FTSE, da Bolsa de Londres, tem queda de 0,54%. Nos EUA,
os índices também recuam. O S&P 500 cai 1,17%; o Dow Jones se desvaloriza
1,18% e o Nasdaq perde 1,42%. Os investidores repercutem a alta dos juros dos
títulos da dívida da Espanha com vencimento de 10 anos, que subiram para próximo
de 7%, nível considerável insustentável para que o país se refinancie.
Nem o crescimento acima do esperado da produção
industrial da Alemanha, divulgado nesta sexta teve força para reverter o
desânimo. A produção alemã subiu 1,6% em maio, impulsionada por uma alta de 3,8%
na produção de bens de consumo e de 3,1% na atividade de construção.
O
dado do mercado de trabalho nos EUA, que era muito esperado pelo mercado,
decepcionou. A economia dos Estados Unidos gerou 80 mil empregos em junho.
Em maio, foram criados 77 mil postos de trabalho, segundo números revisados. A
abertura de novas vagas não foi suficiente para reduzir a taxa de desemprego,
que permaneceu estável na comparação com o mês anterior em 8,2%, segundo o
Departamento do Trabalho. Analistas esperavam a criação de 100 mil vagas. Com a
criação de menos vagas do que o esperado, abre-se espaço para que o Federal
Reserve (Fed, o banco central americano) tome medidas de estímulo à economia,
segundo analistas.
Para o vice-presidente executivo de tesouraria do banco WestLB, Ures
Folchini, o dado mais fraco de emprego em junho confirma que o Fed terá que
fazer esforços extras para fazer a economia americana crescer a um ritmo mais
forte.
- O problema é que a reunião do Fed acontece apenas no dia 31 deste mês. Até
lá, o pessimismo nos mercados deve persistir. A autoridade monetária americana
terá que ter mais ousadia - avalia Folchini.
O vice-presidente do banco WestLB avalia que diversos indicadores da
atividade econômica, seja de investimentos, emprego, produção, têm se
deteriorado de forma generalizada em todo o mundo, não só na Europa, Estados
Unidos e China.
- Basta ver os números no Brasil. O problema é que os esforços que o governo
vem fazendo no sentido de estimular a economia, como elevar e baratear o
crédito, não estão dando resultado - diz Folchini.
Na Ásia, os principais pregões fecharam em queda após a redução do juro
anunciada pelo Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Povo da China (Pboc).
Analistas avaliam que se Pequim reduziu o juro duas vezes no mês, após a taxa
ficar estál desde 2008, há indícios de que o crescimento da economia chinesa
caminha para ficar abaixo de 8%. No Japão, o índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio,
recuou 0,65%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi, de Seul, caiu 0,92%. Na China, o
Xangai Composto subiu 1,01% e em Hong Kong, a bolsa fechou em baixa de
0,04%.
Comentários:
Postar um comentário