De OGLOBO.COM.BR
Com petistas divididos, Eduardo Campos ainda terá
conversa decisiva com Lula
RECIFE e SÃO PAULO - Descrente de que o PT conseguirá se unir em torno de uma
candidatura a prefeito de Recife, o governador de Pernambuco e presidente do
PSB, Eduardo Campos, está prestes a lançar um nome de seu partido para disputar
a eleição, acabando com a coligação entre petistas e socialistas na capital
pernambucana. Na próxima sexta-feira, Campos terá um encontro decisivo com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, para tentar solucionar o
impasse. Em seu Twitter, o jornalista Ricardo Noblat informou que Campos
convenceu Lula de que é preciso conversar mais para se tentar obter uma solução.
Sem a unidade petista, acredita Campos, será inviável manter a Frente Popular
que elegeu o atual prefeito, João da Costa (PT).
Campos foi eleito com o apoio de 16 legendas, inclusive o PT, que integra o
seu governo. Nos últimos quatro anos, recebeu a adesão de mais três partidos, o
PV, o PTL e o PSD. Até esta terça-feira, Campos trabalhava com quatro opções
dentro do PSB: Danilo Cabral (ex-secretário de Educação e de Cidades), Sileno
Guedes (Articulação Social e Regional), Tadeu Alencar (Casa Civil) e Geraldo
Júlio (Desenvolvimento Econômico). Dos quatro, só os dois primeiros têm
experiência nas urnas. O primeiro foi vereador e é deputado federal. O segundo
foi vereador, é amigo de Campos desde os tempos de universidade e está no
governo do PSB desde a última gestão do ex-governador Miguel Arraes, avô de
Campos.
O governador acredita que não há como unir a Frente Popular se não houver
unidade interna no PT:
— Os partidos da Frente tiveram o zelo de não entrar no debate interno do PT.
Agora é hora de ouvi-los. O debate (dentro do PT) se arrastou além do tempo
previsto, chegou a prazos legais e não se imaginava que ia chegar até aí — disse
Campos.
Em São Paulo, PSB vai apoiar Haddad
Em São Paulo, o PSB
bateu o martelo nesta terça-feira e vai apoiar a candidatura do ex-ministro
Fernando Haddad, do PT, à prefeitura de São Paulo. Eduardo Campos anunciará
a aliança na sexta-feira, ao lado de Lula. O PSB deverá indicar o nome para
vice. Ex-prefeita de São Paulo (1989-1992) e fundadora do PT, a deputada Luiza
Erundina (PSB) foi convidada pela cúpula socialista, mas ainda não se
decidiu.
A aliança com o PSB é a primeira fechada por Haddad e pode somar mais de um
minuto ao tempo de TV no horário eleitoral. O PT espera receber ainda o apoio do
PCdoB, que tem cerca de 30 segundos. Assim, Haddad poderá ficar com mais de seis
minutos no horário eleitoral.
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