Da FOLHA.COM
KELLY MATOS / MÁRCIO FALCÃO, de BRASÍLIA
Irritada com as declarações do ministro Mendes Ribeiro (Agricultura)
admitindo uma possível disposição do governo em flexibilizar a medida provisória
que muda o Código Florestal, a presidente Dilma Rousseff mandou suspender
qualquer negociação do projeto até o fim da Rio+20, que terá início amanhã, no
Rio de Janeiro.
Às vésperas da abertura da conferência das Nações Unidas sobre
desenvolvimento sustentável, o Planalto não quer saber de qualquer discussão de
emenda que possa comprometer a relação de Dilma com os ambientalistas e arranhar
sua imagem em relação ao meio ambiente.
O recado já foi dado aos representantes do governo na comissão instalada no
Congresso Nacional para discutir a MP 571, que recompõe os trechos vetados pela
presidente no novo código.
Ontem, o presidente da comissão, deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS),
esteve no Palácio do Planalto e tratou sobre o assunto em reuniões na Secretaria
de Relações Institucionais.
No sábado, a presidente Dilma desautorizou o ministro Mendes Ribeiro a falar
sobre as negociações do Código Florestal: "O ministro não está autorizado pela
presidente a falar sobre negociação sobre Código Florestal", afirmou o porta-voz
da Presidência, Thomas Traumann.
O líder da bancada ruralista, deputado Homero Pereira (PSD-MT), disse ontem
que o grupo vai insistir para que Mendes Ribeiro continue como interlocutor
junto ao Planalto nas negociações da MP.
A Folha apurou no Palácio do Planalto que a principal irritação da
presidente se deve ao fato de o governo ter passado semanas discutindo os vetos
ao projeto aprovado na Câmara e, antes que a comissão iniciasse a análise das
emendas, um ministro já estava admitindo rever o texto construído por Dilma.
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