Do Blog de Augusto Nunes
Por AUGUSTO NUNES
Depois de saber que o governador Agnelo Queiroz, durante o depoimento na CPI
do Cachoeira, abrira mão do sigilo bancário, telefônico e fiscal, o governador
Marconi Perillo corrigiu nesta quarta-feira o erro da véspera e reprisou o gesto
do colega. Menos mal. Falta agora homenagear o Brasil decente com a quebra de
mais dois segredos.
O primeiro encobre a conversa com Lula em que Perillo alertou o então
presidente Lula para a roubalheira do mensalão. Um diálogo desse calibre é
eternizado na memória com todos os substantivos, adjetivos, verbos, pontos de
interrogação ou de exclamação, vírgulas, reticências e pausas.
O governador de Goiás tem o dever de reconstituir publicamente a conversa
antes que comece o julgamento dos mensaleiros.
A existência de um segundo segredo acaba de ser divulgada pelo blog de Lauro Jardim: Perillo reuniu um acervo considerável de
informações sobre maracutaias que envolvem o ex-governador goiano Iris Rezende,
do PMDB, e o companheiro Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e da quadrilha do
mensalão.
Se a temperatura subisse na sessão da CPI, o depoente diria o que sabe. Como
petistas e peemedebistas o trataram com muita civilidade, dispensou-se de tirar
a carta guardada na manga.
A verdade merece respeito. Não pode ser transformada em instrumento de
coerção, nem tratada como mercadoria a barganhar. Se Perillo não revelar o que
esconde, estará confessando que um governador do PSDB age como comparsa da
bandidagem suprapartidária.
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