Do blog do NOBLAT
Leandro Colón, Folha de São Paulo
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou à Folha que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria se "comportar como um estadista"
e não interferir nos rumos da investigação da CPI do Cachoeira, no
Congresso.
O tucano, que irá prestar depoimento amanhã na comissão sobre sua relação com
o empresário Carlinhos Cachoeira, se disse alvo de "perseguição política" por
"episódios do passado".
Em 2005, no auge do mensalão, Perillo revelou que havia avisado Lula sobre a
existência do esquema.
O governador disse que vai entregar e mostrar no Congresso os cheques de R$
1,4 milhão que recebeu na venda de uma casa onde foi preso Cachoeira, em
fevereiro. "Fiz um negócio legítimo", afirmou o tucano.
O que o sr. vai dizer na CPI?
Vou dizer a verdade. Existem muitas especulações e vou procurar esclarecer
tudo para que não restem mais dúvidas em relação a uma operação de compra e
venda de um imóvel particular, cuja venda se deu na mais absoluta boa-fé.
O senhor pretende levar documentos à CPI?
Vou mostrar as
cópias dos cheques -dois cheques de R$ 500 mil e um no valor de R$ 400 mil-,
também cópia dos meus extratos bancários mostrando que foram compensados e que
não há a menor dúvida de que o negócio foi correto, legal. Vendi, recebi,
escriturei e botei no meu Imposto de Renda.
Os cheques foram emitidos
por uma empresa da cunhada de Carlinhos Cachoeira que recebeu dinheiro da
construtora Delta. Não é constrangedor o fato de que a casa pode ter sido paga
com dinheiro de uma empreiteira que tem contratos com o governo?
Eu
vendi o imóvel, de minha propriedade. E poderia ter vendido a qualquer pessoa
desde que manifestasse interesse. Esse imóvel foi anunciado em classificados.
É claro que, se eu soubesse que seria alguém com vínculo comercial,
contratual com o governo do Estado, não venderia. No caso, quem me procurou, por
meio da assessoria, foi o ex-vereador Wladimir Garcez dizendo que gostaria de
adquirir o imóvel.
Os cheques foram sendo depositados e depois cobrei a
escrituração e o registro. Foi quando ele disse que o comprador não seria ele
mais, porque não teria como levantar os recursos. Ele não informou à época que
havia tomado dinheiro emprestado de seus patrões. Ele disse 'não consegui, e o
comprador é o professor Walter Paulo'.
Não incomoda os cheques serem
de uma confecção de uma cunhada do Cachoeira?
Não, fiz um negócio
legítimo. Era um imóvel meu, eu agi de boa-fé, tanto que depositei na minha
conta.
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