Do ESTADAO.COM.BR
AE - Agência Estado
11 veículos carregados com explosivos foram detonados em diferentes pontos do país
BAGDÁ - Uma série de explosões de carros-bomba, cujo alvo eram peregrinos
xiitas, foi registrada nesta quarta-feira, 13, em várias cidades do Iraque,
matando pelo menos 65 pessoas e deixando mais de 200 feridas. Trata-se de um dos
piores ataques desde a saída das tropas norte-americanas do país.
Mohammed Jalil/Efe
Série de explosões matou ao menos 65
pessoas
A violência é um lembrete sobre as tensões políticas que podem levar a uma nova rodada de conflitos sectários, que anos atrás deixaram o Iraque à beira de uma guerra civil. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques, mas eles apresentam características de ações realizadas por insurgentes sunitas que atacam xiitas.
As explosões desta quarta-feira representam o terceiro ataque nesta semana contra participantes da peregrinação anual durante a qual centenas de milhares de xiitas seguem para Bagdá para celebrar o imã Moussa al-Kadhim, morto no século 8, e que está enterrado num templo no bairro de Kazimiyah, norte da capital.
A maioria das 16 explosões registradas no país teve como alvo peregrinos xiitas, mas dois foram contra escritório de partidos políticos ligados à minoria curda.
As autoridades já haviam intensificado a segurança antes do início da peregrinação, com o bloqueio das principais áreas sunitas de Azamiyah, onde fica a mesquita de dois domos onde o imã teria sido enterrado.
O nível de violência caiu dramaticamente no Iraque desde que atingiu o ápice, entre 2006 e 2007, quando ataques de insurgentes sunitas, retaliados por xiitas tiveram início após a invasão que derrubou Saddam Hussein.
Mas as divisões políticas se aprofundaram, paralisando o país desde que os norte-americanos retiraram suas tropas, em meados de dezembro.
O primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki é acusado de monopolizar o poder e as tensões aumentaram depois que o vice-presidente Tariq al-Hashemi - o sunita que ocupava o mais alto cargo no governo - foi acusado de comandar esquadrões da morte. O governo iniciou seu julgamento à revelia, já que Al-Hashemi está fora do país, o que deu início a suposições de que as acusações são parte de uma vingança do governo, liderado por xiitas.
O porta-voz do comando militar de Bagdá, coronel Dhia al-Wakeel, disse que os ataques tiveram como objetivo provocar a retomada da violência sectária, "mas os iraquianos têm plena ciência da agenda terrorista e não cairão num conflito sectário".
As informações são da Associated Press.
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