quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

POLÍTICA: DEM diz que sua adesão à eventual candidatura de Serra não seria automática, depende do vice

Do bog do JOSIAS



Vista como solução pela cúpula do PSDB, a eventual candidatura de José Serra não resolve instantaneamente todos os problemas que assediam o tucanato em São Paulo. Dá-se de barato, por exemplo, que a entrada de Serra na briga produziria a adesão automática do DEM. Pode não ser bem assim.
Para entregar os três minutos de tevê de que ainda dispõe, o DEM “exige” indicar o candidato a vice-prefeito da chapa tucana. Desatendido, ameaça buscar outra alternativa. Sobretudo se o PSDB decidir que o vice será escolhido pelo PSD do ‘ex-demo’ Gilberto Kassab.
Mesmo a adesão de Kassab é, hoje, incerta. Encontra-se em estágio avançado a negociação do prefeito com Lula e o pedaço do PT que já admite chamá-lo de ‘companheiro’. Um dos pontos incontroversos dessa fase de pré-entendimentos prevê que o vice do petista Fernando Haddad sairá dos quadros do PSD.
Lula prefere o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Kassab tem predileção por outro personagem, o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider. Alcançado no celular por uma liderança do PT, Kassab disse, nesta terça (14), que descrê da hipótese de Serra escalar o ringue.
Reiterou que, antes de inaugurar os entedimentos com o petismo, tivera o cuidado de certificar-se de que o amigo e aliado tucano não disputaria a prefeitura paulistana. E se Serra mudar de ideia?, quis saber o interlocutor. Bem, aí talvez seja tarde, insinuou Kassab. O petista incomodou-se com o uso do “talvez”.
Porém, nenhum outro vocábulo traduz tão bem a situação a que chegou o tucanato. Considerando-se seus últimos movimentos, Serra talvez vire candidato. Se virar, talvez consiga ter de volta a fidelidade de Kassab. Se tiver, talvez ouça a exigência da indicação do vice…
Se ouvir, o DEM talvez leve o pé atrás. Se levar, o velho parceiro de oposição talvez prefira acertar-se com o PMDB. Se preferir, José Agripino Maia (RN), o presidente do DEM federal, talvez diga ao vice-presidente Michel Temer, que aceita sua oferta de apontar um nome para ser o vice de Gabriel Chalita.
Assim, se de fato resolver tornar-se o que diz não ser, Serra terá de dissolver uma série de problemas antes de virar um candidato a solução. Com sua demora, ele acabou aproximando-se de um célebre poema: “
Se”, de Rudyard Kipling. Traz na primeira estrofe um resumo do presente de Serra:
Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso…
Na terceira estrofe, o poema de Kipling soa como prefácio para o eventual epílogo de Serra:
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: ‘Persiste!’…

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