segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ECONOMIA: PIB do Japão encolhe mais que o previsto no fim de 2011

O Globo
Com Reuters
Queda registrada foi de 0,9% em 2011, decréscimo de 0,6% no último trimestre
TÓQUIO - A economia do Japão encolheu muito mais que o esperado no quarto trimestre de 2011, com as enchentes na Tailândia, o iene forte e a demanda fraca prejudicando as exportações e gerando dúvida de que a atividade possa se recuperar rapidamente. O primeiro-ministro Yoshihiko Noda ainda precisa persuadir a população de que a economia está firme o bastante para que o imposto sobre vendas seja dobrado sem prolongar a estagnação que assombra o país há duas décadas.
Mas os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta segunda-feira mostraram que a produção econômica caiu 0,9% em 2011 como um todo, na primeira retração anual desde a crise financeira mundial, em 2009. Isso trouxe prejuízos pesados para algumas das maiores exportadoras do Japão, como a Sony. O PIB caiu 0,6% nos últimos três meses do ano passado. Isso não ajuda a causa defendida pelo premiê e pode significar pressão política maior para que o banco central use seu poder limitado de política monetária para estimular a economia.
- As autoridades estão inclinadas a aumentar a pressão sobre o BC para relaxar ainda mais a política e elevar a inflação para ir adiante com os aumentos do imposto sobre vendas - disse o economista-chefe do Nomura Securities, Takahide Kiuchi.
A queda do PIB no quarto trimestre foi o dobro da esperada por analistas e marca a quarta contração dos últimos cinco trimestres, encerrando o ano em que o Japão foi abalado por um terremoto, um tsunami e o pior acidente de energia nuclear do mundo desde Chernobyl, em 1986.
- Esta é uma contração induzida pela demanda externa. As exportações caíram muito por causa do choque triplo da Europa, do iene forte e das inundações na Tailândia - disse o economista sênior da Sumitomo Mitsui Asset Management Co, Hiroaki Muto, em Tóquio.
Além disso, a demanda doméstica contribuiu com apenas 0,1 ponto percentual ao PIB entre outubro e dezembro, contra 0,9 ponto no terceiro trimestre, um sinal preocupante de lentidão no ímpeto econômico da reconstrução após o terremoto que devastou a costa nordeste.
O Japão tem tido dificuldade para sustentar o crescimento econômico desde o estouro de uma bolha imobiliária no início dos anos 1990, desencadeando anos de deflação - que persiste até hoje - e um enorme endividamento do governo por seus estímulos econômicos.
O premiê Noda espera conter o aumento da dívida (que agora é duas vezes o tamanho da economia) ao dobrar o imposto nacional de 5% sobre vendas até 2015, mas ainda precisa vencer a oposição combativa e a população cética.

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