quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

CIDADES: Com 200 desaparecidos, tragédia na região serrana do Rio pode chegar a quase mil mortos

Do UOL Notícias* Em São Paulo e no Rio de Janeiro
Em oito dias de tragédia causada pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, o número de mortos chega a 745. Mas, se confirmadas as mortes de ao menos 200 pessoas ainda desaparecidas, de acordo com levantamento do Ministério Público do Estado, uma das maiores catástrofes naturais do país pode contabilizar, nos próximos dias de resgate, quase mil mortos.
Tragédia das chuvas no Rio de Janeiro
Em algumas regiões, ainda só é possível chegar com motos, jipes e tratores. No alto da encosta de Nova Friburgo, a cidade mais atingida, há bairros isolados onde nenhum carro chega e comida, água, medicamentos e vacinas são transportados em uma espécie de motocross solidário.
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As chuvas que atingiram a região serrana do Rio na última semana estão entre as mais intensas já registradas na localidade e as de maior índice pluviométrico da história de Nova Friburgo. Em Petrópolis e Teresópolis, no entanto, o índice ficou abaixo dos recordes anteriores, segundo a chefe da Seção de Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Rio de Janeiro, Marlene Leal.
Ainda assim, há quem
se recuse a deixar o lugar onde passou a maior parte da vida. “A gente mora há 11 anos aqui. Caiu já duas vezes. Era um barraco e caiu. A gente tira a terra aqui atrás para ficar mais seguro”, afirma Luiz Carlos Rodrigues, 57. A casa em que ele vive com a mulher possui um metro de lama e está em uma área de risco.
Um bairro residencial de luxo, que fica próximo ao centro de Nova Friburgo, também foi um dos grandes afetados pelos deslizamentos de terra. No alto de uma encosta íngreme, rodeadas de uma mata exuberante, costumavam ser vistas as
mansões de figuras importantes da sociedade friburguense. Hoje, o que se vê são apenas casas penduradas.
Há quem decida abandonar o cenário de caos. Depois de ver a empresa onde trabalha ser destruída pela lama e ter vivido o pânico provocado pela chuva, o garçom Carlos Henrique Pimentel, 28, decidiu deixar o local onde viveu por cinco anos. “Eu vou voltar para o Rio, de onde eu nunca devia ter saído.
Vou recomeçar a vida lá”, disse.
Números aproximados. Fontes: Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Prefeituras das cidades afetadas e Polícia Civil do RJ
Prejuízos e investimentos
Desde terça, moradores e voluntários dos municípios mais afetados pelas chuvas deram início à reconstrução das cidades e à distribuição de alimentos, roupas e kits com remédios para a população desabrigada.
Histórias
Moradores contam como sobreviveram e o que sentiram diante da tragédia no Rio de Janeiro
Em Nova Friburgo, responsável por 25% da produção nacional de lingerie, os comerciantes já começam a calcular também os prejuízos causados pelas chuvas. A maioria das fábricas foi afetada pela inundação e as intactas estão sem trabalhadores, contabilizados entre mortos, feridos, desaparecidos, desabrigados e ilhados. Estão também sem fornecedores e sem clientes após a tragédia.
O Banco Mundial anunciou que vai liberar um empréstimo no valor de
US$ 485 milhões para ajudar o governo do Estado do Rio de Janeiro a reconstruir as cidades.
Hoje, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, anunciou um pacote anticatástrofe que prevê treinamento das defesas civis municipais e
compra de radares.
Saiba como fazer doações
As cidades afetadas recebem doações de diversas partes do país (
veja aqui como ajudar). Entre os itens mais pedidos pela prefeitura de Petrópolis, Nova Friburgo e pela Defesa Civil de Teresópolis estão velas e produtos de higiene pessoal (pasta de dente, escova de dente, xampu, sabonete, absorvente e fraldas descartáveis).

* Com informações de Fabiana Uchinaka, Rodrigo Bertolotto, Daniel Milazzo e Arthur Guimarães, enviados especiais do UOL Notícias em Nova Friburgo, Teresópolis (RJ) e Petrópolis, e Janaina Garcia e Rosanne D'Agostino, do UOL Notícias em São Paulo

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