sexta-feira, 30 de novembro de 2018

ECONOMIA: Bolsa supera os 90 mil pontos, mas perde força no final e cai 0,23%

OGLOBO.COM.BR
João Sorima Neto

Dólar terminou a sessão praticamente estável negociado a R$ 3,85
Dólar abre praticamente estável, a R$ 3,85 Foto: Bloomberg

SÃO PAULO – A Bolsa de Valores operou acima dos 90 mil pontos nesta sexta-feira, patamar recorde de pontuação, mas perdeu força no final do dia e fechou com leve queda de 0,23% aos 89.504 pontos. O volume financeiro ficou em 19,5 bilhões. Ontem, o índice fechou aos 89.710 pontos, alta de 0,51%, maior patamar histórico de fechamento. No mês, o índice teve alta de 2,38%. A alta expressiva de alguns papéis limitou uma queda mais expressiva do índice.
– Mesmo com o clima ainda negativo no exterior, a alta de alguns papéis evitou uma queda mais expressiva da Bolsa, entre eles Suzano, por conta da aprovação da fusão com Fibria, Usiminas e Vale, além de Petrobras - disse Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença. 
As ações ordinárias da Suzano apresentaram a segunda maior alta do índice, com valorização de 4,68% a R$ 40,75. A União Europeia aprovou a fusão com a Fibria, criando a maior produtora de celulose do mundo. Já os papéis ordinários da Petrobras subiram 1,61% a R$ 28,30, enquanto as preferenciais da petrolífera se valorizaram 1,27% a R$ 25,49. As ações pNA da Usiminas tiveram alta de 3,45% a R$ 9,29, enquanto os papéis ordinários da Vale avançaram 2,69% a R$ 53,40.
Jás as ações de bancos operam sem direção definida. Os preferenciais do Itaú Unibanco terminrama o dia estáveis a R$ 36,35 enquanto os preferenciais do Bradesco caíram 0,51% a R$ 38,72.
Para Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, apesar do mau humor no exterior, a bolsa brasileira operou em patamar recorde de pontos, no final de novembro, porque há uma demanda represada por ações de investidores como fundos de pensão e outros investidores institucionais. Segundo ele, existe um consenso entre os investidores nacionais de que a Bolsa será a grande aposta de investimento em 2019.
- Os gringos continuam afastados da bolsa brasileira, mas fundos de pensão e outros investidores que estão subalocados em ações, começam a tomar posições. A inflação continua muito baixa e os juros também devem continuar baixos. Economistas já até debatem se há espaço para um novo corte de juros em 2019, o que elevaria os lucros das empresas, com a retomada da economia. Embora o cenário externo esteja complicado, o discurso de Jerome Powell sinalizou que os juros não devem subir tanto nos EUA, o que também ajuda a bolsa brasileira - disse Miranda.
No Brasil, os investidores repercutiram a divulgação do PIB do terceiro trimestre, que cresceu 0,8%, resultado que já era esperado pelos analistas. Segundo a Guide Investimentos, o número é positivo e mostra que o ritmo de crescimento da economia brasileira está mais acelerado.
Dólar fecha em leve queda
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou praticamente estável negociado a R$ 3,85, uma leve queda de 0,07%. No mês, a moeda acumulou alta de 3,6%, após dois meses seguidos de desvalorização. Sem atuação do Banco Central, a moeda teve influência da formação da Ptax, a taxa média de dólar usada na liquidação de contratos futuros de câmbio que vencem em dezembro.
- A formação da Ptax, taxa média de dólar que liquidará os contratos indexados à variação cambial com vencimento em 3 de dezembro, afetou a cotação da moeda pela manhã, mas depois a divisa ficou praticamente estável em R$ 3,85. Sem a intervenção do BC hoje, a moeda ficou praticamente estável - disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso.
O especilistas em câmbio avalia que o BC poderá fazer novas intervenções para evitar que o ano entre com o dólar muito valorizado. Pelos movimentos do BC, diz Galhardo, a autoridade monetária não quer um dólar muito próximo de R$ 4.
Nesta semana, a autoridade monetária injetou US$ 4,25 bilhões no mercado a vista através de leilões de linha. Segundo Galhardo, além do cenário externo cheio de incertezas, empresas começam a tomar psições em moeda americana para enviar recursos ao exterior.
Bolsas recuam na Europa
Na Europa, as principais bolsas fecharam com desvalorização, enquanto os índices americanos caminhavam opara fechar no azul. 
Na China, a atividade manufatureira mostrou retração em novembro, o terceiro mês consecutivo. Com os mais de US$ 200 bilhões em tarifas sobre exportações chinesas que os Estados Unidos irão impor, a partir de janeiro, o impacto sobre a manufatura chinesa pode ser ainda maior, segundo avaliam os analistas da Guide Investimentos. Com isso, cresce o temor de uma retração na economia global em 2019.
Os investidores também acompanham o encontro dos presidentes dos Estados Unidos e China durante o encontro do G-20 na Argentina, esperando que eles sinalizem algum tipo de avanço no sentido de aliviar as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

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