segunda-feira, 17 de setembro de 2018

ECONOMIA: Dólar chega a R$ 4,20, mas perde força e fecha a R$ 4,126

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Cenário eleitoral ajuda na queda de quase 1% da moeda; Ibovespa sobe 1,80% com ajuda das estatais

Indefinição do cenário eleitoral brasileiro e a possível intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos motivam a alta do dólar - Haruyoshi Yamaguchi / Bloomberg News

RIO e SÃO PAULO— O dólar comercial chegou a atingir R$ 4,20 nesta manhã, mas no final do pregão perdeu força para fechar cotado a R$ 4,126, um recuo de de 0,98% ante o real. Já o Ibovespa subiu 1,80%, aos 76.788 pontos. Essa recuperação dos mercados está atrelada ao cenário eleitoral e com a leitura de que é postivo o desempenho dos candidatos favoráveis a reformas econômicas. 
Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial, lembra que o cenário de indefinição eleitoral abre espaço para movimentos de especulação e busca por proteção. Quando a leitura desse quadro fica mais favorável a um presidenciável pró-mercado, os investidores aproveitam para fazer ajustes.
- Essa queda do dólar é uma questão de ajuste depois das altas anteriores. O dólar é o nosso ativo mais superavaliado. As altas recentes são um reflexo da histeria do mercado e busca por proteção. A moeda serve para medir o nível de apetite de risco no mercado - avaliou. 
Esse apetite aumentou no final do pregão quando ganhou força o rumor de que candidatos pró-reformas bem posicionados nas pesquisas eleitorais possam concentrar o apoio de alas de partidos que também apoiam essa mesma agenda.
A queda do dólar foi mais acentuada do que a registrada no exterior. O "dollar index", que mede o comportamento da divisa frente a uma cesta de dez moedas, tinha queda de 0,46% próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil.
Na avaliação de Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor, as pesquisas eleitorais e as movimentações políticas elevam a volatilidade nos mercados financeiros. No entanto, alerta que o cenário externo também preocupa, uma vez que há o temor de um acirramento na guerra comercial dos Estados Unidos com a China. 
- O mercado tem reagido muito a pesquisas e isso vai continuar porque ainda temos três semanas até as eleições. E lá fora há um fator de preocupação que é a guerra comercial, com novas tarifas contra a China e um risco de retaliação - explicou.
Os investidores observam com cautela a possibilidade de o presidente americano Donald Trump anunciar novas tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses ainda nesta segunda. Em publicações no Twitter pela manhã, Trump disse que a adoção de tarifas fortalece a posição de barganha dos EUA e que até agora qualquer aumento de custo sobre os produtos foi "quase imperceptível".
"Se os países não fizerem acordos justos conosco, eles serão tarifados!", tuitou Trump.
Os economistas voltaram a elevar suas apostas para o dólar no fim de 2018, de R$ 3,80 para R$ 3,83, segundo a mediana das estimativas informada na pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC), divulgada nesta segunda.
Estatais em alta
A alta do Ibovespa foi sustentada, principalmente, pelo desempenho das ações de empresas estatais. No caso da Petrobras, a alta foi de 3,25% nas preferenciais (PNs, sem direito a voto) e de 2,14% nas ordinárias (ONs, com direito a voto). Essa valorização ocorreu mesmo com a queda do petróleo no mercado internacional - a queda era de 0,22% no barril do tipo Brent, que é negociado a US$ 77,92. 
Os papéis da Eletrobras também subiram de forma significativa. As PNs registraram ganhos de 3,94% e as ONs tiveram valorização de 4,08%. 
No caso dos bancos, que possuem a maior participação na composição do índice, o pregão também foi de ganhos. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco subiram, respectivamente, 2,37% e 2,85%. No caso do Banco do Brasil, a alta foi de 3,42%. A maior alta, no entanto, foi registrada pelos papéis da Usiminas, que dispararam 8,71%.

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