quarta-feira, 19 de setembro de 2018

ECONOMIA: Dólar acompanha o cenário externo e fecha a R$ 4,12; Bolsa cai

OGLOBO.COM.BR
POR JOÃO SORIMA NETO / GABRIEL MARTINS

Moedas de países emergentes tiveram dia de valorização no exterior com China no radar

Cédulas de dólar, a moeda oficial dos Estados Unidos - Yasin Akgul / AFP

RIO e SÃO PAULO — Com clima mais tranquilo a divisas de países emergentes no exterior, o dólar comercial recuou 0,38% e terminou a sessão cotado a R$ 4,12 nesta quarta-feira. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações local, subiu na maior parte do dia seguindo as bolsas internacionais, mas inverteu o sinal durante a tarde e encerrou com perda de 0,19% aos 78.168 pontos, encerrando uma sequência de três altas consecutivas.
— O Ibovespa inverteu a tendência nesta tarde com especulações sobre uma nova pesquisa eleitoral que será divulgada amanhã (quinta), em que o candidato menos favorável às reformas econômicas teria um crescimento mais expressivo. Não houve fato concreto que explique esta queda, já que o dólar continuou caindo assim como os juros futuros, com o clima mais otimista no cenário externo - disse Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.
Durante a manhã, o dólar chegou a subir e a Bolsa a cair com mais força, com os investidores repercutindo mais uma pesquisa de intenção de voto para presidente do Ibope divulgada na noite de ontem. Mas a moeda americana acabou firmando tendência de queda, no rastro da divisa no exterior. Durante o dia, a interpretação foi de que os resultados já eram esperados, com crescimento de um candidato menos favorável às reformas econômicas.
As ações de bancos, com maior peso no índice, fecharam o dia com ganhos, ajudando a amenizar as perdas do Ibovespa. Os papeis preferenciais do Itaú subiram 0,69% a R$ 43,09, enquanto os do Bradesco subiram 0,45% a R$ 28,73. Já as PN da Petrobras caíram 1,33% a R$ 20,25 enquanto as ordinárias recuaram 0,33% a R$ 23,28.
O movimento de valorização das Bolsas internacionais e das divisas de países emergentes foi influenciado pela expectativa de que a China implemente uma série de medidas para manter a confiança na economia, evitando a desvalorização da moeda local, segundo especialistas. A lira turca e o rand sul-africano foram as moedas que mais se valorizaram lá fora. Além disso, o fato de a tarifa aplicada pelos EUA aos produtos chineses ter ficado em 10% e não 25% tirou um pouco da tensão na guerra comercial entre os dois países.
— O que fez preço na Bolsa e no dólar hoje foi o exterior, onde o clima ficou mais favorável aos países emergentes. A tarifa de 10% anunciada pelos EUA sobre produtos chineses tirou um pouco da imprevisibilidade da guerra comercial entre EUA e China. Já se sabe que os dois países vão negociar até janeiro e, só depois, a tarifa sobre as importações chinesas poderá subir para 25%, alíquota que era esperada inicialmente. Além disso, a expectativa de que o governo chinês vai evitar a desvalorização do yuan, a moeda chinesa, agradou - disse Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H. Commcor.
Segundo a Bloomberg, o Deutsche Bank prevê que um grupo investidores institucionais chineses, criado pelo governo para estabilizar o mercado em meados de 2015, pode voltar a agir, comprando ações, depois que o Shanghai Composite Index cravou o menor patamar de fechamento desde 2014, na segunda-feira, com as tensões comerciais subindo.
"A equipe geralmente intervém como um estabilizador de mercado quando as Bolsas experimentam uma correção rápida ou durante períodos politicamente sensíveis", escreveram os analistas do banco Michael Tong e Luka Zhu em relatório divulgado.
O grupo composto de 21 entidades com mais de US$ 145 bilhões em ativos sob gestão pode já estar apoiando o mercado, escrevem os analistas.
Além disso, de acordo com a Bloomberg, o relatório de um banco informou que os EUA e o Canadá não devem chegar a um acordo sobre o Nafta nesta semana, enfraquecendo o dólar. A alta do preços de commodities, entre elas o petróleo, também ajudou na valorização de divisas de países emergentes.
Para Robert Awerianow, especialista em câmbio da Frente Corretora, até mesmo a aproximação das duas Coreias, com a visita do presidente sul-coreano ao Norte, melhorou o humor dos investidores lá fora. Embora o cenário interno, com destaque para as eleições, venha influenciando o mercado financeiro recentemente, hoje predominou o clima menos hostil no exterior.
— A guerra comercial entre China e EUA continua sendo foco de atenção, mas o fato de Trumnp anunciar tarifa de 10% e não 25% deu uma segurada nos ânimos. Até mesmo a aproximação das Coreias trouxe certa tranquilidade e o dólar caiu em todo o mundo - disse Awerianow.
Neste cenário, as bolsas asiáticas, europeias e americanas fecharam no campo positivo, com exceção da Nasdaq que perdeu 0,8%..
Outro fator do cenário local que também trouxe expectativa nesta quarta-feira quarta-feira foi a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 6,5% ao ano.

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