quinta-feira, 20 de setembro de 2018

ECONOMIA: Dólar cai mais de 1%, fechando a R$ 4,07 com exterior; Bolsa encerra estável

OGLOBO.COM.BR
POR RENNAN SETTI / DANIELLE NOGUEIRA

Notícia de que a China planeja reduzir tarifas para a maioria de seus parceiros influenciou

Cédulas de dólar, a moeda oficial dos Estados Unidos - Pixabay

RIO — O dólar comercial fechou em queda nesta quinta-feira, recuando 1,25% ante o real, por R$ 4,079 para venda. O mercado local acompanhou a cena externa, onde o dólar registrou perdas frente às principais moedas com a notícia de que a China planeja reduzir a tarifa média sobre a maioria dos seus parceiros comerciais já em outubro, de acordo com a agência Bloomberg. Na Bolsa, o índice de referência Ibovespa encerrou praticamente estável, aos 78.116 pontos, com a queda do petróleo e o noticiário eleitoral impedindo que o mercado local acompanhasse a euforia em Wall Street - cujos índices encerraram em patamar recorde.
Na Bolsa, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras caíram 0,69% e 0,55%, respectivamente. O Itaí caiu 0,65%, e o Bradesco teve perda de 0,21%.
— Pela manhã, as pesquisas eleitorais estavam movimentando positivamente o mercado. Mas a Bolsa estava atingindo uma barreira gráfica depois da esticada dos últimos dias, e o petróleo começou a cair depois de declarações do Trump sobre a Opep, fazendo o mercado perder forças — disse Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.
TRUMP FUSTIGA OPEP
Apenas três dias depois do grande ataque comercial à China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou suas baterias para outro adversário. Em seu Twitter, Trump relacionou o apoio aos países do Oriente Médio aos preços do petróleo, e voltou a cobrar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) uma redução nos preços da commodity.
“Nós protegemos os países do Oriente Médio, eles não estariam seguros por muito tempo sem nós, e ainda assim eles continuam a pressionar por preços do petróleo mais e mais altos! Nós vamos lembrar. O monopólio da Opep deve reduzir os preços agora!”, escreveu Trump.
Depois da mensagem de Trump, o barril de petróleo do tipo Brent passou a recuar 0,71%, cotado a US$ 78,84.
O "Dollar Index", índice da Bloomberg que acompanha o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, teve queda de 0,44%. O dólar opera assim no seu menor patamar desde o fim de julho, com o maior apetite para risco nos principais mercados. Além da notícia sobre a China, também ajuda na desvalorização do câmbio a divulgação de dados positivos sobre a economia americana e o fator de bancos centrais europeus, como os de Noruega e Suíça, terem emitindo sinais de afrouxo monetário. Nos EUA, os pedidos de seguro desemprego caíram pela terceira semana seguida e atingindo o menor nível em 48 anos.
PARA SANTANDER, DÓLAR PODE VOLTAR A R$ 3,80
O economista-chefe do Santander, Mauricio Molon, não descarta a possibilidade de o dólar chegar a R$ 3,80 no fim do ano. A projeção oficial do banco é que o câmbio encerre 2018 no patamar de R$ 3,50, mas o economista admitiu que a atual previsão não considera o agravamento de tensões recentes enfrentadas por países emergentes, como Turquia e Argentina. Segundo ele, o número deve ser revisto após definição do cenário político.
— O componente idiossincrático dos emergentes piorou mais do que a gente esperava. Então, um câmbio a R$ 3,80 ou R$ 3,90 talvez seja mais realista. Estamos aguardando o cenário políticop ara refazer eventualmente a projeção — disse Molon, após participar de evento com acionistas do Santander, no Rio, nesta quinta-feira.
Ele frisou, porém, que um real fraco não é necessariamente ruim, pois eleva a competitividade de exportadores, por exemplo. O problema, diz, é o excesso de volatilidade e desvalorizações expressivas num curto espaço de tempo. O dólar fechou a R$ 4,12.
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