segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

MUNDO: Berlusconi pretende deportar da Itália 600 mil imigrantes irregulares

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Ex-primeiro-ministro italiano considera chegada de refugiados 'uma bomba-relógio social'

O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, chega em estúdio para participar de um programa para a emissora italiana Rete 4 - ANDREAS SOLARO / AFP

ROMA — O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, planeja deportar 600 mil imigrantes em situação irregular no país caso a aliança conservadora vença as próximas eleições gerais, marcadas para o dia 4 de março. Em entrevista para uma emissora local, o líder do partido Força Itália (FI) declarou que, dos 630 mil imigrantes que entraram no território italiano nos últimos quatro anos, apenas 30 mil podem ser considerados refugiados.
— Os outros 600 mil são uma bomba-relógio social prestes a explodir, porque vivem de esmolas e atividades criminosas — disse Berlusconi, acrescentando que, caso a sua aliança conservadora saia vitoriosa do processo eleitoral no próximo mês, fará do assunto segurança uma prioridade para o governo, aumentando o número de policiais nas ruas e fazendo com que soldados também os ajudem a patrulhar esses locais.
Inelegível até 2019 por causa de uma condenação por fraude fiscal, Berlusconi depende de uma sentença favorável da Corte Europeia de Direitos Humanos, a ser divulgada a qualquer momento, para poder se candidatar. Se isso acontecer, ele estará apto para disputar o cargo de primeiro-ministro.
Em janeiro, o ex-premier assinou com os dois principais líderes ultranacionalistas do país, Matteo Salvini e Giorgia Meloni, o programa eleitoral da direita para as eleições de 4 de março.
— Se alguém deve ser considerado culpado, este deve ser o governo, já que permitiu a entrada sem limitações de centenas de milhares de imigrantes ilegais — declarou Salvini, em entrevista ao jornal La Stampa.
As declarações surgem em um momento de tensão no país, depois que seis imigrantes de origem africana foram atacados a tiros por um ex-candidato da extrema-direita na cidade de Macerata, a cerca de 200 quilômetros a leste de Roma, no último sábado. Luca Traini, de 28 anos, confessou o crime.
Traini foi candidato no ano passado pelo partido de extrema-direita Liga Norte — de viés anti-imigração e antieuropeu — às eleições em uma localidade da região, e usava um lenço com as cores da bandeira do país nas costas quando foi detido. Segundo a imprensa local, o italiano fez a saudação nazista ao deixar o automóvel, onde havia uma pistola.
Macerata, uma cidade com cerca de 43 mil habitantes, foi palco na última semana do assassinato de Pamela Mastropietro, uma jovem italiana de 18 anos, cujos restos desmembrados foram encontrados dentro de duas malas. O crime teve repercussão nacional. O principal suspeito é um cidadão nigeriano de 29 anos, que teria sido visto carregando as malas. Também foram encontradas marcas de sangue em suas roupas e em uma faca. No ano passado, ele teria pedido asilo ao governo italiano, mas não foi atendido. Ainda assim, permaneceu no país.

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