quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

GESTÃO: Plano de reestruturação da Petrobras permitirá redução de R$ 1,8 bilhão em gastos por ano

OGLOBO.COM.BR
POR RAMONA ORDOÑEZ

Número de diretorias recua de sete para seis com plano de reestruturação interna

Presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, durante coletiva de imprensa para detalhar plano de reestruturação da empresa - Ramona Ordoñez

RIO - O plano de reestruturação interna da Petrobras, aprovado nesta quarta-feira pelo Conselho de Administração, permitirá uma redução de R$ 1,8 bilhão nos gastos da companhia por ano. Além disso, a proposta prevê a extinção da diretoria de Gás e Energia e a transferência de suas atividades para a diretoria de Abastecimento. Cargos gerenciais serão extintos, com a redução de gratificações. A diretoria de Abastecimento passará a se chamar de Refino e Gás.
No fato relevante enviado nesta quinta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras confirmou que serão extintos 30% dos cargos gerenciais. Hoje, segundo a companhia, são 7.500 funcionários em cargos de gerência.
Com isso, o número de diretorias será reduzido de sete para seis. Inicialmente, a informação que se tinha é que não haveria mudança no número de diretorias.
‘BRENT A QUALQUER PREÇO’
Numa decisão tomada mais cedo do que era esperado inicialmente, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o plano de reestruturação interna de governança da companhia. De acordo com uma fonte próxima, os objetivos principais, além da redução de custos, são tornar a companhia mais enxuta e flexível, bem como aumentar o controle sobre a gestão de executivos em cargos gerenciais.
O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse nesta quinta-feira que, dentro de 30 dias, será realizada uma assembleia geral extraordinária para aprovar mudanças no estatuto da companhia para a implementação do seu novo plano interno de gestão e governança.
Segundo Bendine, somente após a assembleia é que deverão ser definidos os nomes dos diretores das seis diretorias que ficaram contra as sete anteriores. O executivo destacou que a implementação do plano de reestruturação será gradual e que os executivos trabalharão em conjunto, em colegiado, como já ocorria.
Bendine destacou que a atual queda dos preços do petróleo no mercado internacional, que tem como referência o Brent (tipo de petróleo que é referência mundial), é um cenário desafiador por estar em um momento de extrema volatilidade:
— Temos que preparar a companhia com o Brent a qualquer preço. O Brent a US$ 30 preocupa, é claro, mas a companhia não se baliza por esse preço, tem que olhar a longo prazo. Cabe à diretoria da companhia se preparar para um cenário de absoluto estresse. Se o preço se recompor, vamos estar numa situação mais favorável. Se ele permanecer (preços baixos), temos que saber conviver com ele.
Segundo Bendine, a companhia tem que ser eficiente para enfrentar os piores cenários:
- Nós vamos preparar a companhia para um Brent de US$ 20, US$ 30 o barril, não importa. Queremos ter uma companhia leve e eficiente, com uma boa estrutura de custos, com disciplina de capital, que não fique sujeita à volatilidade do preço.
O executivo disse ainda que os projetos da petroleira são de longo prazo, não estando vulneráveis a oscilações de curto prazo.
Sobre as críticas que a Petrobras vem recebendo em relação a estar prevendo o barril do petróleo a US$ 45 neste ano, Bendine explicou que é uma média baixa de toda a indústria mundial.
- A Petrobras está trabalhando com o barril a US$ 45, que é uma média comparável com a das grandes petroleiras e empresas de consultoria do mundo. O importante é o projeto ser produtivo, para se beneficiar, nos momentos de alta de preços, e se manter, nos de baixa. Não ficar nessa especulação de que é o fim do mundo porque o Brent chegou a US$ 30. É lógico que esse cenário tem peso no resultado da companhia - admitiu Bendine, acrescentando: - Um cenário horrível como o que temos hoje traz consequências para a empresa. Mas o mais importante é trabalhar no seu resultado operacional.
EMPRESA ‘SOB OBSERVAÇÃO’
O maior fundo soberano do mundo, da Noruega, colocou a Petrobras “sob observação” por causa do escândalo de corrupção na empresa. O fundo administra cerca de US$ 800 bilhões em recursos oriundos da indústria do petróleo. De acordo com a Bloomberg News, o investidor detém cerca de 1,3% das ações globais.
Segundo comunicado do fundo, a empresa foi colocada “sob observação” por causa do risco de “grave corrupção”. A recomendação para tal mudança veio do Conselho de Ética do fundo.

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