sexta-feira, 24 de julho de 2015

CASO PETROBRAS: MPF denuncia presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez por corrupção

Do UOL, em Brasília

Juca Varella - 11.dez.2014/Folhapress
Procurador federal Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato

O MPF (Ministério Público Federal) do Paraná denunciou nesta sexta-feira (24) os presidentes das construtoras Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, duas das maiores empreiteiras do país. No total, foram 22 denunciados, incluindo funcionários da Petrobras e operadores de lavagem de dinheiro. 
A denúncia será encaminhada à Justiça Federal do Paraná, que conduz os processos da operação Lava Jato na primeira instância e que terá um prazo de cinco dias para decidir se aceita a denúncia ou não.
Entre os crimes denunciados pelo MPF estão corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
"O Brasil não vai compactuar com a prática de crimes por mais poderosos que sejam seus autores. Ninguém está acima da lei", disse o procurador federal Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, durante entrevista coletiva em Curitiba.
Dallagnol afirmou que o MPF busca R$ 6,7 bilhões da Odebrecht e R$ 486 milhões da Andrade Gutierrez. Segundo ele, a Lava Jato já restituiu 870 milhões de reais aos cofres públicos.
Segundo o MPF, as irregularidades envolvendo a Braskem, uma das empresas do grupo Odebrecht, dizem respeito à negociação de fornecimento de nafta (um derivado de petróleo) pela Petrobras. De acordo com Dallagnol, uma única operação da Braskem resultou em um prejuízo de R$ 6 bilhões. Segundo o procurador, as condições de venda do produto pela estatal foram prejudiciais à companhia e só foram postas em prática por meio do pagamento de propinas a ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
"A Lava Jato é um suspiro de esperança. Se queremos que esse suspiro se tome história, precisamos das 10 medidas de corrupção que foram propostas pelo Ministério Público. As investigações e os trabalhos não param, eles continuam", disse Dellagnol.
No início da semana, a PF havia indiciado 17 pessoas, entre executivos daOdebrecht e da Andrade Gutierrez, lobistas e supostos operadores do esquema. A operação Lava Jato investiga irregularidades em contratos de empreiteiras com a Petrobras.
Segundo as investigações, um grupo de empresas teria formado um cartel para superfaturar contratos junto à estatal e parte do dinheiro conseguido com a manobra era direcionado a políticos e partidos. Ainda de acordo com as investigações, estima-se que pelo menos R$ 10 bilhões foram desviados pelo esquema.
Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo estão presos na carceragem da PF em Curitiba desde o dia 19 de junho. Eles foram presos durante a 14ª fase da operação Lava Jato, batizada de "Erga Omnes".
Nesta semana, autoridades suíças apresentaram documentos ao MPF que indicam que a Odebrecht teria usado 10 empresas offshore para fazer depósitos em contas de dirigentes da Petrobras. Entre os beneficiados pelo depósitos estariam os ex-diretores das áreas de Internacional e de Serviços da estatal, Jorge Zelada e Renato Duque, respectivamente. 

Com base nos documentos enviados pelas autoridades suíças, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da operação Lava Jato na primeira instância, decretou nesta sexta-feira um novo pedido de prisão preventiva contra Marcelo Odebrecht e outros quatro executivos da Odebrecht. Segundo Moro, as contas utilizadas para o pagamento de propinas no exterior ainda estariam ativas. 

Nesta semana, Moro condenou os primeiros executivos relacionados a empreiteiras. Os ex-dirigentes da Camargo Corrêa foram condenados até 15 anos de prisão.

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