segunda-feira, 27 de outubro de 2014

COMENTÁRIO: O recado das urnas: MUDAR

Por Ilimar Franco
OGLOBO.COM.BR

Reeleita,a presidente Dilma recebeu um recado das urnas: precisa mudar. Ela terá que buscar consolidar sua vitória promovendo o diálogo e a concertação com os setores produtivos e o Congresso. Ela tinha ganho as eleições de 2010 com uma diferença de 12 pontos. Agora, ela vence com três pontos de vantagem. A presidente precisará conversar com os bancos, a indústria, o agronegócio e a construção civil. 
No Congresso, a presidente precisa reunificar sua base parlamentar, que se dividiu nas eleições em função da política regional. Ela precisa remendar as feridas abertas. Seria aconselhável ampliar a participação dos aliados no governo. O PT não tem mais a mesma força que antes. E isso deveria se refletir em sua presença no Ministério. Os aliados, em seu conjunto, cresceram no Congresso e o principal parceiro petista, o PMDB, saiu fortalecido.
A presidente terá também que redimensionar a sua política econômica. A crise mundial persiste, embora existam sinais de recuperação nos Estados Unidos. E a flexibilização e a elasticidade fiscal adotadas até agora, além de terem um limite, afetam a credibilidade das contas públicas e da política econômica. Afinal, ela não recebeu das urnas um aval para manter o mesmo rumo. A escolha do ministro da Fazenda provavelmente terá como objetivo acalmar o mercado e sinalizar uma revisão.
O próximo governo do PT terá ainda dois desafios. O primeiro deles, o de emitir sinais inequívocos de combate à corrupção. O escândalo da Petrobras está aí e é preciso ser enfrentado de frente. Doa a quem doer. O outro desafio é o de renovar seu próprio governo. Escolher uma nova equipe capaz de criar novos programas e projetos.
A oposição e seu principal partido, o PSDB, tiveram seu melhor resultado nos últimos 12 anos. O seu presidente, Aécio Neves, cresceu devido ao seu desempenho na eleição presidencial, embora tenha perdido em Minas Gerais. Mas terá que enfrentar a sombra do PSDB de São Paulo, que tem no governador reeleito, Geraldo Alckmin, um provável candidato à presidência em 2018. A oposição terá agora que decidir se vai querer incendiar o país e transformar, os próximos quatro anos, num terceiro turno. Os tucanos também terão que construir um projeto que inclua o Nordeste. Eles terão de definir se a região é uma prioridade política ou eleitoral.

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