terça-feira, 23 de julho de 2013

POLÍTICA: Confronto e conciliação - I

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Em pouco mais de um mês, coincidindo com as manifestações da rua que deixaram atarantados o Palácio do Planalto e o mundo político de um modo geral, Dilma conseguiu criar uma série de atritos políticos que em nada vão contribuir para tirá-la da situação de quase isolamento em que se encontra. Pode ser que ela até tenha razão em algumas das decisões que tomou e acabaram irritando este ou aquele segmento político, econômico e social. Porém, fiel a seu estilo de não ouvir mesmo quando parece estar ouvindo, acabou comprando brigas perigosas :
1. Com o Congresso Nacional quando, com pouca sutileza, quis jogar nas costas do parlamento a responsabilidade maior pela insatisfação nas ruas.
2. Com o PMDB, pelas mesmas razões, pois é dele o comando das duas casas legislativas Federais.

Confronto e conciliação - II
Nos dois casos, o troco já está aparecendo e a situação pode piorar quando o Congresso voltar do "recesso branco".
1. Com o seu próprio partido, o PT. A ausência da presidente na reunião da executiva nacional sábado foi engolida a seco, não foi digerida. Os dirigentes petistas tiveram de fazer extraordinários malabarismos para o caldo não entornar, mas a panela está cheia.
2. Com os médicos ao não consultá-los de fato para as mudanças substanciais de que está propondo na política nacional de saúde. É uma classe unida e muito afeita à política no dia a dia. Mais de 50 deputados Federais são médicos de origem. O preço político que ela vai pagar vai ser alto.
3. Com os governadores e suas bancadas, ao vetar, também sem consultas e afagos, o artigo da nova lei do Fundo de Participação dos Estados que determinava que o governo Federal ressarcisse aos Estados toda vez que fizesse uma desoneração tributária com base no IPI. Por tabela, os municípios também sairiam ganhando com isso.

Confronto e conciliação - III
Estas são apenas algumas amostras dos contenciosos políticos mais recentes que Dilma construiu para ela por livre e espontânea vontade. A realidade é que Dilma, ao contrário de seu habilidoso antecessor e protetor, o ex-presidente Lula, é mais do confronto que da conciliação. É mais da imposição que da consulta e da conversa. E, com exceções, está cercada de conselheiros da mesma estirpe e sem a correspondente competência. Dilma, seguindo, segundo fontes brasilienses, conselhos de Lula, tem feito esforços para mudar. Os exemplos desses esforços seriam a série de reuniões que ela tem feito. Mas nelas, ainda mais fala do que ouve. Com os governadores e prefeitos para lançar o pacto foi assim, no Conselhão também. Não é de estranhar, portanto, que cada vez mais tantos estejam com tantas saudades de Lula.

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