terça-feira, 17 de julho de 2012

POLÍTICA: De Dilma para Dilma. Com ardor I


Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Para os eleitores brasileiros e até para os candidatos às urnas de outubro, as eleições deste ano são municipais. Não é assim, porém, para o establishment político-partidário, no situacionismo ou no oposicionismo Federal. Para os caciques e seus agregados é apenas um rito de passagem necessário e importante para 2014. Lula já havia botado suas fichas na mesa desavisadamente, como não querendo, mas querendo, quando no programa do Ratinho anunciou que poderá se candidatar a um novo mandato se Dilma não quiser ou não puder. Por que Dilma não quereria ou não poderia ? - perguntou-se aos quatro quadrantes, inclusive naquele Palácio situado num dos triângulos da Praça dos Três Poderes.
De Dilma para Dilma. Com ardor II
A resposta veio logo, firme e sem meias palavras : ela pode, quer e vai brigar. De forma inusitada para quem era - e não escondia - avessa ao joguinho miúdo do mundo dos políticos. Dilma deixou de lado a cautela de quem não pretendia botar muito a cara nas sucessões municipais, para não se incompatibilizar com nenhum aliado, tantas as divisões deles nos municípios, e saiu para botar ordem na casa, diretamente em duas disputas cruciais - SP e BH. Ilude-se quem pensa, porém, que ela agiu para dar uma mãozona ao PT e até ao grande companheiro Lula, cujas operações políticas nessas duas capitais, especialmente em SP, com a ameaça de um isolamento de Fernando Haddad, estavam azedas. Cirurgicamente Dilma deu a Secretaria de Saneamento do Ministério das Cidades para um correligionário de Paulo Maluf e jogou o PP nos braços de Haddad. Lula foi apenas aos jardins malufistas para posar para a foto. Em BH botou o PMDB e o PSD na chapa do petista Patrus Ananias, depois do rompimento da aliança PSB/PT, por obra de ajustes entre o senador Aécio Neves e o governador Eduardo Campos.
De Dilma para Dilma. Com ardor III
Dilma foi exatamente tentar implodir as pedras em seu caminho de 2014 e deu seu recado de que está viva. É coincidência apenas que tenha sido na mesma direção dos interesses do PT. Em seguida, a presidente começou a assentar seu próprio caminho, em seguidas reuniões no Palácio da Alvorada, fora do horário de expediente para não parecer que faz política eleitoral quando deveria estar trabalhando. Acertou-se com o PMDB, de Michel Temer, que andava desconfiado das intenções da presidente para o futuro com ele; com o PSB de Eduardo Campos, a quem havia contrariado nas manobras mineiras; e com a bancada do PT, pelo menos parte dela.
Recato presidencial ?
Agora, se não houver mais ruídos, ela se recolherá a certo recato eleitoral, como chegou a ser anunciado oficialmente pela ministra Ideli Salvatti. Qualquer resultado eleitoral que não seja o fortalecimento da oposição é bom para ela. Outros movimentos políticos agora apenas depois do segundo turno e até fevereiro, após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado, quando então deverá haver ajustes nos ministérios. Ficaram restos a pagar - Gilberto Kassab, PMDB mineiro - e contas a cobrar. Tudo isso não quer dizer que Dilma está com menos apreço, menos gratidão e menos respeito por Lula. Tudo permanece intocado. Mas o momento político dela, a não ser o desejo de botar a oposição definitivamente de joelho, não é exatamente o mesmo momento político do antecessor e benfeitor. 

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |