Da FOLHA.COM.BR
DA EFE E DA REUTERS, EM FRANKFURT, DE SÃO PAULO
O BCE (Banco Central Europeu) anunciou nesta quinta-feira a redução da taxa
básica de juros para a zona do euro de 1% para 0,75% ao ano, o mais baixo desde
a criação da moeda comum.
A medida era amplamente esperada pelos mercados financeiros.
Pesquisas econômicas divulgadas na quarta-feira sugeriram que mesmo a
potência Alemanha está entrando em uma modesta contração e investidores já
aguardavam uma atitude da autoridade monetária europeia.
O banco central estava sob pressão dos investidores e até mesmo do FMI (Fundo
Monetário Internacional).
Um corte da taxa de juros não é visto como uma panaceia para os problemas da
zona do euro, que derivam de perda de confiança em finanças estatais e de
bancos, mas uma redução nos custos de empréstimos mostraria que o BCE está
pronto para injetar vida na economia.
O BCE também decidiu zerar sua taxa de depósito --que remunera o dinheiro
guardado pelos bancos no banco central- ante uma taxa anterior de 0,25% ao ano.
Dessa forma, a autoridade monetária estimula que os bancos voltem a intercambiar
recursos entre si, ao em vez de repassar para a autoridade monetária a cada
noite.
Mas o Banco Central do bloco econômico frustrou as expectativas dos
especialistas e investidores que aguardavam o anúncio de uma nova rodada de
dinheiro barato para o sistema financeiro.
Hoje, o Banco da Inglaterra comunicou que vai injetar 50 bilhões de libras na
economia --o equivalente a US$ 78 bilhões-- através da compra de ativos
financeiros dos bancos, o que tende a estimular o mercado de crédito.
CRISE HISTÓRICA
A União Europeia, e particularmente a zona do euro (o bloco dos países que
partilham a moeda comum), enfrenta uma de suas piores crises econômicas.
A taxa de desemprego atingiu a marca histórica de 11,1% em maio, a pior desde
a criação do euro, sendo que na Espanha, entre as quatro maiores economias do
bloco, um quarto da força de trabalho está desocupada.
A economia dos 17 países da zona do euro deve afundar numa recessão modesta
neste ano, após um crescimento muito fraco em 2011 (1,5%) e 2010 (2%) e uma
grave recessão em 2009 (queda de 4,4%).
Especialistas alertam que mesmo países de economia mais robusta, a exemplo da
Alemanha, já sentem os efeitos da crise. No início da semana, uma sondagem
mostrou que o setor industrial do país germânico sofreu sua pior contração em
três anos, principalmente devido à fraqueza da demanda externa.
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