quinta-feira, 29 de março de 2012

MUNDO: Espanhóis fazem greve geral contra reforma trabalhista

De OGLOBOCOM.BR

O Globo, com agências
Sindicatos convocaram paralisação nacional. Transportes e indústria foram os mais prejudicados
MADRI — Sindicatos promoveram uma greve geral na Espanha nesta quinta-feira contra a reforma trabalhista que o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy tenta colocar em prática. Transportes e indústrias foram duramente prejudicados, segundo o jornal espanhol “El País”.
Os sindicalistas consideram que houve ampla adesão ao movimento e ofereceram ao governo uma saída para negociar a reforma da legislação trabalhista, segundo reportagem do site do jornal espanhol “El País”. Até 1º de maio, pouco mais de um mês de prazo, o governo precisa acenar com uma saída ou os protestos vão aumentar, segundo os sindicatos.
A ministra do Emprego, Fátima Báñez, respondeu que a reforma não vai ser “interrompida”. Ela já tinha afirmado diversas vezes que não vai alterar o projeto, porque recebeu o apoio de 197 deputados do Congresso, que é “onde mora a soberania nacional e é a casa da palavra, do diálogo e da negociação”.
O secretário-geral da UGT, Cándido Méndez, um dos maiores sindicatos, disse que é preciso “corrigir” a reforma trabalhista.
Os principais incidentes até o momento foram registrados em Barcelona, onde um grupo de vândalos fizeram incêndios e atacaram com pedras.
O “El País” estima que a indústria e o transporte foram os setores mais afetados pela greve geral, a primeira sofrida no governo de Rajoy. As fábricas de automóveis e metalúrgicas estão praticamente paradas e os transportes operam somente com os serviços mínimos, com 30% dos trabalhadores. O metrô de Madri opera com 35% dos funcionários. Lojas ficaram fechadas no centro de Barcelona e Madri.
Mas a porta-voz do Ministério do Interior, Cristina Diaz, disse que o movimento matutino de trabalhadores é normal. "A calma e o comparecimento têm sido o denominador comum do dia desde as 6h da manhã", afirmou ela a jornalistas.
Segundo a porta-voz, a polícia deteve 58 pessoas desde o início da paralisação, à meia-noite. Eram principalmente grevistas que incitavam piquetes em transportes públicos, fábricas e mercados atacadistas.
A Espanha está à beira da sua segunda recessão em três anos, e alguns observadores esperam que pelo menos mais 1 milhão de pessoas fiquem desempregadas.
O país já tem o maior índice de desemprego da União Europeia, 23%, e entre os menores de 25 anos a taxa chega a quase 50%.
A greve desta quinta-feira foi convocada como protesto contra reformas trabalhistas que barateiam a demissão de pessoas e desmontam o sistema nacional de negociação coletiva. O poder dos sindicatos espanhóis, no entanto, está gradualmente se esvaindo. Atualmente, menos de um quinto dos trabalhadores espanhóis está filiado às Comissões Operárias ou à UGT.

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