Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
Para a saúde da política brasileira - e a própria sanidade do futuro governo -, depois da "comoditização" do debate eleitoral promovido pelos candidatos mais bem colocados nas pesquisas, ganha crucial importância a presença verde de Marina Silva na disputa. Deverão ser dela, no bom sentido, as melhores provocações para o debate, a introdução nas discussões de temas novos que não apenas as prioridades de praxe (educação, saúde, segurança), além do espírito verde que ela já despertou nos adversários. Principalmente, Marina será a consciência oculta da sociedade a atazanar a consciência excessivamente pragmática dos oposicionistas, liderados pelos tucanos, e dos governistas, comandados por Lula. Por imposição da livre atiradora, os dois serão obrigados a discutir - e a assumir compromissos que não pretendiam assumir e que pode lhes causar constrangimentos com aliados mais vorazes e menos comprometidos com a ética política. Marina é a esperança de que a sucessão presidencial este ano não caia num triste e vergonhoso ramerrão, desses, como diria Nelson Rodrigues, de fazer corar até um frade de pedra.
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