quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

MUNDO: Premier Brown diz que Grã-Bretanha está preparada para proteger as Malvinas

De O Globo
Agências Internacionais

RIO - O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou nesta quinta-feira que seu país não planeja o envio de reforço militar à região das Malvinas, acrescentando, no entanto, já ter feito "todos os preparativos necessários" para proteger sua soberania sobre as ilhas . Em entrevista a uma emissora de rádio, o premier britânico afirmou que o Reino Unido tem direito de prospectar petróleo nas águas da ilha e disse esperar que prevaleçam as "discussões sensatas" com a Argentina.
- Fizemos todas as preparações que são necessárias para garantir que as ilhas Malvinas estejam adequadamente protegidas - disse o premier, num momento em que a disputa pelo controle das ilhas aumenta a tensão com a Argentina.
A declaração de Brown é uma resposta à decisão tomada pelo governo argentino na terça-feira de exigir autorização de todos os barcos que quiserem transitar entre o país e as Malvinas, após tomar conhecimentos dos planos britânicos de permitir a exploração de petróleo na região. Antes disso, a Argentina já havia ameaçado proibir de operar no país empresas que participassem da exploração de gás e petróleo nas águas do entorno do território em questão.
- Está perfeitamente dentro de nosso direito fazer isso - afirmou Brown.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Argentina, Victorio Taccetti, disse que o país tomará "as medidas adequadas" para impedir a exploração do petróleo na região. Ele disse que a medida tomada pelo governo argentino está integrada a uma estratégia em defesa dos direitos legítimos do país, "que são sistematicamente ignorados pelos ingleses". O governo argentino quer que a ONU instale uma painel para discutir a questão, que parecia adormecida após décadas de calmaria diplomática.
O embaixador argentino nas Nações Unidas, Jorge Argüello, disse temer que, após as declarações de Brown, esteja sendo agitado em Londres o "fantasma bélico".
Desde 1982, quando o Reino Unido e a Argentina entraram em guerra pela posse das ilhas, Londres mantém presença militar permanente no Atlântico Sul, com quatro navios e mil militares nas Malvinas. Desde 1833 Argentina e Reino Unido disputam o controle sobre as Malvinas.
Nesta quinta-feira, a oposição conservadora britânica defendeu um reforço no contingente da Marinha Real britânica na região das Malvinas.
- Algum tipo de presença naval maior, pode ser somente um navio em visitas regulares. Este tipo de coisa mostraria claramente à Argentina que estamos firmes em relação a isso. Seria um sinal para que não interpretassem mal as intenções britânicas - disse em entrevista à BBC o deputado William Hague, ex-líder do Partido Conservador.
Em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, o secretário de Estado para a Europa e América Latina, Chris Bryant, afirmou que "as águas do território das ilhas Malvinas são controladas pelas autoridades da ilha" e acrescentou não ter dúvida sobre a soberania do Reino Unido na região.
O ministério acrescentou que a Grã-Bretanha e a Argentina são "parceiros importantes" em questões como a economia global e o combate às mudanças climáticas, direitos humanos e o desenvolvimento sustentável.
"E queremos, e já oferecemos, uma cooperação em questões relacionadas ao Atlântico Sul. Vamos trabalhar para desenvolver ainda mais este relacionamento".
A Argentina afirma que os recursos naturais do entorno da ilha devem ser protegidos, e o Reino Unido deve aceitar as resoluções internacionais que consideram as Malvinas uma área sob disputa.

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