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Por Bernardo Mello Franco
Jair Bolsonaro e Marcelo Bretas | Divulgação
O Ministério Público Federal pediu à Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 2ª Região que investigue a conduta do juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava-Jato no Rio.
O ofício foi encaminhado na tarde desta terça-feira. Agora Bretas pode virar alvo de um processo disciplinar por sua presença em atos políticos com o presidente Jair Bolsonaro e o prefeito Marcelo Crivella.
No domingo, o titular da 7ª Vara Federal Criminal participou de um show evangélico na Praia de Botafogo e da inauguração de um viaduto no Caju. Ele também foi receber o presidente no aeroporto Santos Dumont.
Na representação, as procuradoras Silvana Batini e Neide Cardoso de Oliveira afirmam que o evento promovido pela Igreja Internacional da Graça de Deus "trouxe potencial impacto sobre as eleições" de 2020.
"A presença do magistrado, cuja figura hoje é pública, transcende o aspecto puramente pessoal, já que traz consigo a imagem de todo o Poder Judiciário", escreveram as procuradoras.
Para o Ministério Público, a alegação de que Bretas teria subido ao palanque em missão institucional "pode fazer transparecer, erroneamente, que estaria representando todo o Poder Judiciário fluminense".
Este é o terceiro procedimento aberto contra Bretas por suspeita de conduta político-partidária, o que é proibido pela Constituição e pela Lei Orgânica da Magistratura. Na segunda-feira, ele virou alvo de uma representação da OAB no Conselho Nacional de Justiça e de um ofício enviado à Promotoria Eleitoral.
Mais cedo, nas redes sociais, Bretas se defendeu das críticas e disse que "em nenhum dos momentos cogitou-se tratar de eventos político-partidários, mas apenas de solenidades de caráter técnico-institucional (obra) e religioso (culto)".
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