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Por Miguel Caballero
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Jair Bolsonaro: presidente disse que tomou 'providências legais' sobre a morte de ex-capitão do Bope Crédito: Jorge William / Agência O Globo
Ao decidir dizer que tomou "providências legais" para realizar uma "perícia independente" sobre a morte do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, o presidente Jair Bolsonaro ao mesmo tempo invade atribuições de governos estaduais e ajuda a confundir, a pretexto de buscar solucionar, o caso do ex-policial.
Cabe às autoridades baianas esclarecer se Adriano foi morto em uma ação policial de legítima defesa, por resistir à prisão, ou não. Bolsonaro disse ainda que, sem uma perícia "isenta", não se explica crime nenhum, citando como exemplo a execução de Marielle Franco. Assim como na Bahia, o presidente acusa o governador do Rio, Wilson Witzel, outro rival político, de interferir na investigação sobre o assassinato da vereadora do PSOL.
Adriano teve a prisão decretada sob acusação de chefiar uma milícia em Rio das Pedras. Até onde se sabe, não tem relação com o caso Marielle. Era, porém, figura importante em outra investigação, esta a cargo do Ministério Público do Rio: a que apura a prática de rachadinha no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, onde a mãe e a ex-mulher de Adriano trabalharam até 2018.
Até o momento, são frágeis os argumentos para que ambas investigações sejam federalizadas. Não é a primeira vez que, entre os filhos e a impessoalidade que seu cargo exige, Bolsonaro escolhe os filhos.
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