sexta-feira, 11 de abril de 2014

CORRUPÇÃO?: Com buscas na Petrobras, PF deflagra segunda fase da Operação Lava Jato

Da FOLHA.COM
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

Com buscas na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, a Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (11) a segunda fase da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões, com ramificações políticas e na petroleira estatal.
Além da própria Petrobras, é alvo dessa nova etapa da operação a empresa Ecoglobal, de Macaé (RJ), que assinou contratos milionários com a estatal.
A PF descobriu as suspeitas sobre essa empresa porque ela teve relações com o doleiro Alberto Youssef, segundo a Folha apurou. Youssef foi preso no último dia 17, quando a primeira fase da operação foi desencadeada, por manter relações suspeitas com políticos do PT, PMDB, PP e com um ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
A empresa investigada no Rio de Janeiro teve pelo menos dois contratos no valor total de R$ 14,31 milhões com a Petrobras entre 2009 e 2011 para prestar serviços de tratamento de água e recuperação de rios. Com sede em Macaé (RJ), a empresa é fornecedora antiga da Petrobras.
Uma das suspeitas apuradas é que a Ecoglobal teria participado da distribuição de propina em contratos da Petrobras, num esquema coordenado por Paulo Roberto da Costa. Ele foi preso no último dia 19, sob acusação de tentar destruir provas buscadas pela PF. O ex-diretor da Petrobras recebeu um jipe Land Rover Evoque de Youssef, no valor de R$ 250 mil.
Costa alega que o Land Rover Evoque foi pagamento por consultorias prestadas, mas a PF tem dúvidas sobre essa alegação.
Até as 12h, a PF havia prendido em São Paulo um doleiro ligado à doleira Nelma Kodama. Ela foi presa no último dia 19 quando tentava deixar o país com 200 mil euros escondidos na calcinha. Kodama e Youssef já tiveram negócios associados, mas tudo indica que operam em redes separadas atualmente.
Ao todo, os policiais cumprem 24 mandados, sendo dois de prisões temporárias, seis conduções coercitivas -quando o investigado é procurado e obrigado a depor- e 16 de buscas em São Paulo, Campinas, Macaé, Niterói e Rio de Janeiro. Originalmente, eram 24 mandados, mas houve duas conduções coercitivas e uma busca a mais.
"O material arrecadado hoje contribuirá para os relatórios finais dos inquéritos em andamento", informou a PF.
Até a publicação da reportagem, a Folha não havia localizado ninguém da Petrobras e da Ecoglobal para falar sobre a operação.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |