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COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Capriles pede recontagem de votos, oposição avança nos estados e chavistas se preocupam com a perda de espaço
Embora tenha perdido a batalha nacional, líder opositor vence em oito estados e onze capitais
Nicolás Maduro e seu neto após votar em Caracas - JUAN BARRETO / AFP
CARACAS - A vitória apertada do candidato governista Nicolás Maduro gerou um clima de incertezas na Venezuela. A euforia dos venezuelanos que foram às ruas celebrar a vitória do herdeiro político de Hugo Chávez se contrasta com o sentimento de parte dos chavistas, preocupados com a força da oposição demonstrada no pleito de domingo e com o pedido de recontagem de votos do rival Henrique Capriles.
Segundo dados do primeiro boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ainda que Henrique Capriles tenha perdido a batalha nacional por uma diferença mínima de 235 mil votos, o líder da oposição ganhou um terreno enorme no âmbito regional ao sair vitorioso em oito dos estados mais povoados e onze capitais.
A oposição reconquistou os estados Anzoátegui, Bolívar, Miranda, Nueva Esparta, Lara, Táchira, Mérida y Zulia. Recuperou Los Antes e espaços importantes que eram antigos bastiões dos opositores, de acordo com informações do jornal venezuelano “El Nacional”.
O avanço pelo interior do país, no entanto, não desanimou Capriles de ainda lutar pelo Palácio de Miraflores. Poucos minutos após o anúncio da vitória de Maduro, o candidato da oposição não reconheceu o resultado das eleições e afirmou que espera a recontagem de votos pelo CNE. Maduro teve 50,66% dos votos, contra 49,07% de Capriles, que denunciou mais 3.200 irregularidades durante as eleições.
O chefe do Comando da campanha chavista, Jorge Rodríguez, assegurou, porém, que a exigência de auditoria de Capriles é inviável e pediu que a oposição reconheça a “pequena diferença” obtida pelo candidato governista.
A vitória com sabor de empate também foi sentida pelos chavistas, que celebraram a eleição de Maduro com um “ar de tristeza”, segundo o jornal “El Mundo”. O herdeiro de Chávez terá agora de enfrentar desafios políticos e econômicos, denúncias de corrupção, protestos da oposição, críticas internas e tentar manter a unidade do chavismo que será colocada à prova.
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