Do UOL
Carlos Madeiro
Em fala de abertura da reunião do Diretório Nacional do PT, nesta sexta-feira (1), em Fortaleza, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado aos dirigentes do partido para que tenham "paciência" e "tolerância" na política de alianças com os partidos da base governista.
Segundo Lula, o PT deve adotar a linha de unir, evitando o "fogo amigo" contra partidos aliados.
Mesmo sem citar o nome do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, Lula foi claro ao dizer que o foco do partido deve ser manter as alianças em torno da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
"Há um planejamento estratégico direcional de tolerância e paciência. De entender que, se alguém quiser romper conosco, que rompa. Nós não queremos romper com ninguém. O que nós queremos é fortalecer, só que não podemos impedir as pessoas de fazerem o que é de interesse dos partidos políticos. O ideal é que a gente consolide as forças políticas que estão ajudando esse país a mudar, como está mudando", afirmou Lula, diante das principais lideranças do partido.
Mas o ex-presidente afirmou que manter aliados na base do governo não será tarefa fácil. "Vocês estão acompanhando pelo noticiário que o que não falta é gente querendo arrumar confusão. É gente para, inclusive, tentar criar novidade dentro do nosso partido. Nós vamos partir para o nosso plano estratégico, que é a eleição da nossa presidente Dilma. 2013 é o ano da consagração da Dilma. Eu acho que este ano será mais importante até do que 2014, porque é nele que vamos consolidar a nossa presidente. Mas será um ano complicado de alianças", destacou o Lula.
Lula também citou que a "elite" brasileira vai atacar a presidente Dilma, com intuito de fortalecer a oposição.
"Eu acho que não será um ano fácil. Se alguém algum dia acreditou que a elite brasileira, sobretudo a elite política e parte dos meios de comunicação iriam aceitar a Dilma pura e simplesmente, já viram que não será assim. Nós temos que ter claro que eles vão fazer um esforço incomensurável para derrotas. E não é contra a Dilma, é contra a PT", destacou.
Uma das principais preocupações de Lula é a negação à política. "Nós estamos trabalhando num quadro onde a negação política está muito forte no imaginário popular. Negar a política significa colocar todo mundo no mesmo prato. Mas a negação da política é a margem da campanha deles. E como nós somos um partido político, mais do que ninguém, temos obrigação de defender a política. E nós queremos dar a resposta para fazer a reforma política, que eles não tiverem coragem de fazer", disse.
Reunião
O diretório nacional do PT se reúne nesta sexta-feira e sábado (2) para definir estratégias políticas para 2013. Segundo o senador Eduardo Suplicy (SP), o principal objetivo do encontro é discutir a reforma política.
Em entrevista na chegada ao hotel onde está ocorrendo o encontro, o senador disse que vai defender que o partido apoie o financiamento público das campanhas, a divulgação em tempo real dos doadores e a realização de prévias com a realização de todos os partidos que compõem alianças.
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