quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

ECONOMIA: Bolsas sobem forte pelo mundo após abismo fiscal ser evitado

De OGLOBO.COM.BR
BRUNO VILLAS BÔAS

Ibovespa ganha 3,09%, acima dos 62 mil pontos
Wall Street e Europa têm forte valorização
Dólar comercial opera estável
Operador acompanha monitor durante pregão na Bolsa de Frankfurt - ARNE DEDERT/AFP
RIO — Os mercados financeiros respiram aliviados pelo mundo nesta quarta-feira, primeiro pregão do ano, após a Câmara dos EUA ter aprovado na noite de ontem o pacote que cancela o aumento de impostos e adia cortes automáticos de despesas no país, o chamado abismo fiscal. Por volta das 13h, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), avançava 3,09%, aos 62.838 pontos. O dólar comercial tinha leve alta de 0,04%, a R$ 2,042 na compra e R$ 2,044 na venda.
Em Wall Street, o Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, opera em alta de 2,03%. O S&P 500 valorizava 1,95%. O Nasdaq, termômetro do mercado de tecnologia, ganhava 2,61%.
— Desde o final do ano passado alguns índices estavam se recuperando, com os investidores assumindo um pouco mais de risco. O abismo fiscal era, no entanto, um entrave para uma valorização maior das ações — disse Fernando Goes, analista da Clear Corretora.
No mercado europeu, o índice FTSE 100, referência da Bolsa de Londres, avança 2,33% e supera a marca de 6 mil pontos pela primeira vez desde julho de 2011. Os destaques foram ações como Barclays Plc e Lloyds Banking Group Plc, com alta de 4% cada. Também avançam as Bolsas de Paris (2,21%), Frankfurt (2,00%) e Madri (3,16%).
Mais cedo, os mercados asiáticos fecharam com forte valorização. As ações australianas subiram 1,23%, máxima de 19 meses. O índice de Seul encerrou em alta de 1,71%. O mercado avançou 2,89% em Hong Kong e a Bolsa de Taiwan subiu 1,04%. A bolsa de Cingapura ganhou 1,09%. A Bolsa de Tóquio não teve pregão.
Commodities ajudam a puxar alta da Bovespa
Das 69 ações que compõem o Ibovespa, 58 estavam em alta por volta das 11h40m. Os destaques ficam para papéis de produtoras de matérias-primas, que acompanham a valorização de contratos de commodities como petróleo, minério, prata e agrícolas.
Entre as maiores altas do índice estão as ações ordinárias (ON, com voto) da OGX, a petroleira do grupo EBX, de Eike Batista. Os papéis subiam 6,16%, a R$ 4,65, recuperando uma parte das perdas de 2012. Os rumores desta vez são que alguns grandes investidores estariam interessados em retomar suas posições acionárias na empresa.
Também entre as principais altas, as ações preferenciais (PNA, sem voto) da Braskem subiam 5,46%, R$ 13,50. Na sexta-feira, após o fechamento do mercado, a empresa informou ter vendido ativos da Unidade de Tratamento de Água (UTA), no polo petroquímico de Camaçari, para a Odebrecht Ambiental, no valor de R$ 652 milhões.
Outros papéis que são destaque nesta quarta-feira são Usiminas PNA (5,63%, R$ 13,52), Vale ON (4,49%, a R$ 44,18) e B2W Varejo ON (4,24%, a R$ 17,72).
Entre as maiores baixas do pregão, estavam MRV ON (2,25%, a R$ 11,71), TIM ON (2,07%, a R$ 8,03), Ultrapar ON (0,69%, a R$ 45,97), Oi PN (0,48%, a R$ 8,28) e Cemig PN (0,44%, a R$ 22,50).
Além do pacote que evitou o abismo fiscal, os papéis do índice passam por ajustes já que a Bolsa não abria desde o dia 28 de dezembro, sexta-feira passada. Desde então, houve pregão em Nova York e em alguns mercados na Europa, quando as ações registraram valorização.
Indicadores nos EUA e China sustentam ganhos
Entre os principais indicadores do dias, o resultado positivo do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da China, que mede a atividade do setor industrial do país, chamou atenção de investidores. O índice manteve-se em 50,6 em dezembro, um ritmo considerado positivo.
Nos EUA, a atividade do setor industrial fechou 2012 em alta, com dezembro registrando o maior ritmo de expansão em sete meses. O PMI subiu para 54 em dezembro contra 52,8 em novembro, maior nível desde maio, segundo o Instituto Markit.
Enquanto o mercado busca investimentos considerados arriscados, como as ações, os títulos do Tesouro americano, os chamados US Treasuries, registram queda em diferentes vencimentos. Considerado um porto seguro de investidores, os títulos com vencimento em 10 anos registravam taxa de 1,84%, a menor desde meados de outubro.
Para Ricardo Corrêa, analista da Ativa Corretora, o ano começa positivo, mas os problemas fiscais americanos podem voltar a assombrar os investidores ao longo de 2013.
— O pacote é uma resolução parcial da questão americana. O problema fiscal preocupa e vai ser o assunto do ano nos EUA. O abismo em si é um pedaço de um problema muito complexo e maior — avalia Corrêa.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |