Mesmo sendo um dos países que mais aumentaram os gastos com educação entre os
anos 2000 e 2009, o Brasil ainda não investe o recomendado do PIB (Produto
Interno Bruto) em educação e está longe de aplicar o valor anual por aluno
indicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico),
com base na média dos países membros. Os dados fazem parte do relatório sobre
educação divulgado nesta terça-feira (11) pelo órgão.
Os gastos por aluno na educação primária e secundária cresceram 149% entre
2005 e 2009, mas o Brasil ainda está entre os cinco países que menos investem
por aluno, entre os avaliados pela OCDE.
Investimentos financeiros em educação - gasto anual por aluno
Nível | Brasil | Média da OCDE | Posição do Brasil no ranking |
Ensino pré-primário | USD 1,696 | USD 6,670 | 3º pior colocado de 34 países |
Ensino primário | USD 2,405 | USD 7,719 | 4º pior colocado de 35 países |
Ensino secundário | USD 2,235 | USD 9,312 | 3º pior colocado de 37 países |
- USD = Dólar americano
- Fonte: OCDE
Enquanto no ensino pré-primário o Brasil investiu USD 1,696 (dólar americano)
por aluno, a média dos países da OCDE foi de USD 6,670; no ensino primário o
país gastou USD 2,405 e a média da OCDE foi USD 7,719; com a educação secundária
o investimento brasileiro foi de USD 2,235 e a média dos países da OCDE foi de
USD 9,312.
Já no ensino superior houve uma diminuição de 2% dos gastos públicos por
estudante - com isso, o Brasil fica em 23º lugar de uma lista com 29 países.
Apesar de estar abaixo do recomendado, o investimento público total em
educação no Brasil passou de 10,5% em 2000 para 16,8% em 2009. Nesse quesito, o
país é o 4º em um ranking de 32 países avaliados – atrás somente de Nova
Zelândia, México e Chile.
PIB
A porcentagem do PIB brasileiro que vai para educação também está abaixo da
média da OCDE: o Brasil investe 5,55% do PIB no setor, quando o recomendado é
6,23%. O PNE (Plano Nacional da Educação), aprovado
na Câmara e que segue agora para o Senado, prevê o investimento de 10% do
PIB em educação.
Segundo a OCDE, 4,23% do PIB brasileiro é investido em ensino primário e
secundário – acima da média de 4% definida pelo órgão. No ensino superior,
entretanto, o Brasil investe apenas 0,8%, sendo o 4º país que menos gasta nesse
nível de ensino. Já com pesquisa e desenvolvimento o Brasil apresenta o menor
gasto entre 36 países avaliados: somente 0,04% dos investimentos em educação são
para o setor.
O relatório destaca a evolução da porcentagem do PIB brasileiro investido em
educação: "Em 1995, o Brasil investiu 3,7% do seu PIB em educação, em comparação
com a média da OCDE de 5,6%. Enquanto o nível de investimento caiu um pouco em
2000, no Brasil (para 3,5%) e nos países da OCDE como um todo (5,4%), até 2005 o
Brasil conseguiu aumentar seu investimento em educação para 4,4% do PIB (a média
da OCDE, que ano foi de 5,7%), e em 2009 o nível subiu para 5,5% do PIB no
Brasil, enquanto a média da OCDE chegou a 6% e, entre os países do G20,
5,7%".
OCDE
A OCDE é uma organização internacional para cooperação e desenvolvimento dos
países membros. Fazem parte da OCDE: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile,
República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia,
Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Coréia, Luxemburgo, México,
Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovénia,
Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.
O relatório "Education at a Glance 2012" ("Olhar sobre a Educação") analisa
os sistemas de ensino dos 34 países membros da OCDE, bem como os da Argentina,
Brasil, China, Índia, Indonésia, Rússia, Arábia Saudita e África do Sul.
A OCDE também é responsável pela aplicação e divulgação dos resultados
do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
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