Da FOLHA.COM
VENCESLAU BORLINA FILHODO RIO
A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo),
registrou alta de 0,41% em agosto, abaixo do apurado em julho (0,43%) e acima do
verificado no mesmo mês de 2011 (0,37%). Foi a maior taxa para o mês de agosto
desde 2007, quando ficou em 0,47%.
Considerando os últimos 12 meses, o índice registrou alta de 5,24%, pouco
acima dos 5,20% de julho nesse mesmo tipo de comparação.
O índice foi divulgado nesta quarta-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) e ficou próximo ao esperado pelo mercado --projeção
em torno de 0,40%.
No acumulado do ano, a variação é de 3,18%, abaixo dos 4,42% relativos ao
mesmo período de 2011.
Os produtos alimentícios foram os que mais pressionaram o índice, embora um
pouco menor do que o verificado no mês anterior, passando para 0,88% em agosto
após ter atingido 0,91% em julho. Segundo a pesquisadora Eulina Nunes dos
Santos, os preços dos produtos estão inflacionados por causa da seca no país e o
elevado preço das commodities internacionais.
O vilão, mais uma vez, foi o tomate. O preço, que havia registrado alta de
50,33% em julho, continuou subindo e ficou 18,96% mais caro em agosto. A
explicação é a queda na produção causada por condições climáticas inadequadas
para o cultivo. Atualmente, o preço médio do quilo do tomate está cotado a R$
5,50.
O preço do milho, que está em alta por causa da seca nos EUA (maior produtor
mundial), impactou nos preços dos ovos de galinha e do frango. De acordo com o
IBGE, os produtos registraram alta de 2,63% para 3,92% e de 0,13% para 1,35%,
respectivamente. As carnes, principalmente suína, também subiram 0,85% no
período.
OUTROS AUMENTOS
Já o aumento no preço do trigo continua impactando sobre o preço do pão
francês, que já vinha de uma alta de 1,78% e subiu mais 0,88% em agosto. A mesma
explicação foi para a alta no preço da farinha de trigo, que subiu de 0,33% para
1%. O pão doce, que estava em queda de 0,29% em julho, subiu para 1,83% no mês.
Os custos com saúde e cuidados pessoais tiveram alta de 0,36% para 0,53% no
mês, assim como os artigos de higiene pessoal, que subiram de 0,17% para 0,52%
no período. Já os reajustes praticados no segundo semestre do ano letivo
elevaram os custos com educação de 0,12% em julho para 0,51% em agosto.
Nos artigos de residência, o crescimento de um mês para o outro foi de-0,01%
para 0,40% devido a o aumento nos preços no mobiliário (para 0,60%) e
eletrodomésticos (para 0,68%). Os artigos de vestuário tiveram alta (0,04% para
0,19%), assim como os custos com transportes (de -0,03% para 0,06%).
Já os grupos de despesas pessoais, habitação e comunicação foram os únicos
que registraram queda no mês. As despesas pessoas foram impactadas pela redução
nos gastos com empregados domésticos (1,37% para 1,11%) e recreação (0,97% para
-0,54%). Em habitação, a redução foi causada pela queda no valor do aluguel de
imóveis (de 1,16% para 0,43%).
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