quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

MUNDO: Justiça espanhola indicia genro do rei por corrupção

Iñaki Urdangarin, indiciado por suspeita de desvio de verbas AFP
De OGLOBO.COM.BR
Urdangarin presidiu ONG investigada por desvio de fundos públicos
MADRI - A Justiça espanhola decidiu nesta quinta-feira indiciar Iñaki Urdangarin, genro do rei Juan Carlos, dentro da investigação sobre supostas irregularidades envolvendo uma ONG que ele presidiu entre 2004 e 2007. Ele responde por desfalque de dinheiro público, falsificação de documentos e prevaricação, numa crise sem precedentes que abalou a imagem da popular família real da Espanha.
Urdangarin, casado com a infanta Cristina, terá que comparecer perante a Justiça no próximo dia 6 de fevereiro - data que, segundo o juiz responsável pelo caso, poderá ser antecipada. Desde o último dia 13, ele está afastado, por decisão do rei, de compromissos da família real.
A decisão de convocar Urdangarin foi anunciada após a quebra do segredo judicial que pesava sobre o caso e depois de o Ministério Público de Baleares apontar uma "organização societária" entre ele e Diego Torres, seu parceiro na ONG Instituto Nóos, para "se apoderar" de fundos públicos.
O caso surgiu em 2009 e só ganhou maiores proporções este mês. Diego Torres foi indiciado há seis meses por falsificação de documentos, prevaricação, fraude à administração pública e desvio de verba. A infanta Cristina, embora fizesse parte da junta diretora do Nóos, não foi envolvida diretamente no escândalo, já que as investigações judiciais dão conta de que ela estava "afastada da área financeira".
Urdangarín, a infanta Cristina e os quatro filhos foram morar na capital americana em 2009, ano em que o nome do duque de Palma de Maiorca começou a pipocar em investigações de corrupção envolvendo o governo das Ilhas Baleares.
Especula-se que a mudança foi uma tentativa do rei de afastar o genro do passado não muito distante como diretor do Instituto Nóos. Embora seja uma instituição sem fins lucrativos, o Nóos recebeu 5,3 milhões de euros de dois governos regionais, dos quais mais de 3 milhões teriam sido transferidos às contas de duas empresas de Urdangarín.
Na época, Urdangarín se mudou com a família para uma luxuosa casa de 6 milhões (de 1.200 metros quadrados, além de outros 1.300 metros quadrados de jardim), no bairro de Padralbes, em Barcelona. Em 2009, de malas prontas para uma nova etapa nos EUA, onde trabalha para a multinacional Telefónica, Urdangarín deixou para trás sua mansão catalã, alugada, segundo a imprensa, por 30 mil ao mês.
Por conta do escândalo e da crise econômica que o país atravessa, um segredo mantido a sete chaves por séculos foi revelado aos espanhóis: na quarta-feira, a Casa Real
divulgou suas contas pela primeira vez, detalhando os ganhos e gastos do rei e seus parentes.

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