sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ECONOMIA: Pólo é o coração econômico baiano

Do BAHIA NOTÍCIAS

O apagão nos oito estados nordestinos na noite de ontem atingiu, em cheio, a Bahia, cuja economia está diretamente vinculada ao Pólo Petroquímico de Camaçari. As unidades (plantas) estão paralisadas, com um prejuízo que não se tem idéia. Por ora, não se pode, ao menos, projetar a sua extensão, na medida em que não se tem como saber quanto tempo –pode ser mais de uma semana – o pólo baiano ficará desativado. O Pólo Petroquímico responde por algo em torno de 30% da receita fiscal baiana (ICMS), o equivalente a percentual do PIB. Essa é uma das razões de a Bahia, embora seja a sexta economia brasileira, sofrer com uma renda fiscal per capita baixa. A sua população é formada por 14 milhões de habitantes e boa parte do seu território (60%) está na região do semi-árido, onde se concentram a pobreza e a miséria populacionais. O pólo foi concebido pela oficina de idéias do economista Rômulo Almeida, com a participação de homens como José Mascarenhas (atual presidente da Fieb), nos anos 60, durante o governo Luís Viana Filho. Ganhou força no governo seguinte, o primeiro de Antônio Carlos Magalhães. Antes do pólo, a receita baiana era proveniente (60%) da cultura cacaueira do sul do Estado, que entrou em crise com a praga da vassoura-de-bruxa, empobrecendo os municípios produtores. De tal maneira que até o pagamento do funcionalismo público dependia do cacau. O complemento ficava em parte por conta da Refinaria Landulpho Alves, que posteriormente viria a ser duplicada. Só nas últimas duas décadas a Bahia experimenta um surto de industrialização, com a atração de investimentos só possível com a prática da guerra fiscal, que dentre outras indústrias permitiu a vinda da Ford para inaugurar um sonhado pólo automotivo. Pólo que não se ampliou como se esperava, diante da disputa das unidades federativas pelas montadoras e as suas indústrias satélites, que rendem empregos diretos e indiretos. A primeira iniciativa para industrializar o Estado aconteceu também na gestão Luís Viana Filho, com o Centro Industral de Aratu, que acabou por fracassar em razão da ausência de uma estrutura logística. Hoje o CIA é um cemitério de indústrias falidas. Espera-se que o apagão não gere o prejuízo que poderá prejudicar o Estado e que o Pólo Petroquímico possa superar rapidamente a situação – anunciada, aliás- pela falta de estrutura energética do País.
(Samuel Celestino)

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