terça-feira, 30 de março de 2010

POLÍTICA: Delator de esquema no DF nega intenção de ser herói e diz que "rolo compressor vem aí"

Da Folha Online
MÁRCIO FALCÃO , em Brasília
Ao encerrar sua participação na CPI da Corrupção da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção, sinalizou nesta terça-feira que novas denúncias do sistema de distribuição de propina podem vir à tona.
Demonstrando tranquilidade, Durval afirmou, em tom de ameaça, que o "rolo compressor vem aí, ainda nem começou".
Ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda, Durval negou que sua intenção, ao denunciar o esquema de propina, seria se tornar um herói.
"Eu nunca tive a intenção de ser herói, em nenhum momento. É grave, é gravíssimo. Quando eu me autoincrimino, estou querendo me colocar numa posição diferente da que eu estava sendo usado. Agora, se eu contrariei algum interesse específico, não tenho culpa. O rolo compressor vem aí, nem começou. Quem tiver sua culpa que assuma. Infelizmente é assim", disse.
Durval afirmou que, ao longo dos últimos quatro meses, quando foi deflagrada a Operação Caixa de Pandora para investigar o esquema que seria chefiado pelo ex-governador José Roberto Arruda (sem partido), tem recebido apoio da namorada que identificou apenas como Kely.
"Queria agradecer. Nesses dias de confinamento, minha namorada Kely que está me dando sustentação, além de Deus", afirmou.
Em sua primeira aparição pública após a operação, Durval não respondeu as perguntas dos integrantes da CPI, mas mandou recados.
Ontem, a Justiça local autorizou Durval a não prestar esclarecimentos aos deputados. Alvo de 37 processos na Justiça, a defesa do delator afirmou que ele pode ser prejudicado.
O delator afirmou que não falaria porque não tem confiança nos deputados e que resolveu entregar o esquema porque não aguentava os "achaques" de Arruda e do ex-vice-governador Paulo Octávio (sem partido).
Durante a sessão da CPI, o deputado Batista das Cooperativas (PRP), que chegou a fazer um apelo para Durval depor, disse que a presença dele era dispensável tendo em vista que não pretendia falar.
"Não acho que a sociedade do DF tem que tratar o senhor em nenhum momento como herói, repudio, inclusive, sua presença aqui no sentido de ficar calado e se tivesse poder para tal, não aceitava a decisão judicial", disse.
Questionado se mantinha seus depoimentos sobre o sistema de distribuição de propina, Durval afirmou que sustenta suas declarações. O delator disse ainda que as investigações estão andando.
"Ratifico todos os depoimentos prestados no Ministério Público Federal, na Polícia Federal e no Ministério Público local", afirmou.

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