quinta-feira, 27 de julho de 2017

ECONOMIA: Ibovespa sobe 0,41% com balanços e corte de juros

OGLOBO.COM
POR ANA PAULA RIBEIRO

Investidores esperam novo corte de um ponto na Selic; dólar tem alta de 0,38%, a R$ 3,156

Notas de dólar - Sanjit Das / Bloomberg

SÃO PAULO - A expectativa de manutenção do ritmo do corte dos juros levou os negócios com ações na B3 (ex-BM&FBovespa e Cetip) para o terreno positivo nesta quinta-feira. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário, fechou em alta de 0,41% pontos, aos 65. 277 pontos. Já o dólar comercial fechou em alta de 0,38% ante o real, cotado a R$ 3,156, seguindo o movimento global da moeda.
Na avaliação de Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora, os investidores estão repercutindo não só o corte de um ponto da Selic, para 9,25% ao ano, anunciado ontem à noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), mas também à sinalização de que a magnitude do corte deve ser mantida na próxima reunião. Com juros mais baixos, as aplicações em renda fixa, embora mais seguras, ficam menos interessantes, e a renda variável começa a ganhar espaço como alternativa de investimento, apesar do risco maior.
— A Bolsa repercute a queda da Selic e também a possibilidade de mais um corte de um ponto percentual. Além disso, os investidores também estão de olho nos resultados dos balanços já divulgados — avaliou, lembrando que na próxima semana, com a volta dos trabalhos no Congresso Nacional, a política deverá voltar a concentrar a atenção dos agentes dos mercados financeiros.
Entre os balanços divulgados hoje, a Vale reportou um lucro líquido de R$ 60 milhões no segundo trimestre, uma queda de 98,3% em relação a igual período do ano passado. Com isso, as ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da companhia recuaram 0,46%, cotadas a R$ 27,81, e as ordinárias fecharam com leve alta de 0,13%, a R$ 29,70.
Na avaliação dos analistas do UBS, o Ebitda (lucro antes de juros impostos depreciação e amortização) foi afetado pelos menores preços do minério de ferro, estoques mais elevados e custos mais elevados. "Nas previsões atuais do preço do minério de ferro, esperamos uma redução dos ganhos no curto prazo", disseram, em relatório. O banco suíço tem recomendação de venda para os papéis da empresa.
Já os papéis do Bradesco tiveram leve queda de 0,13%, a R$ 29,71 a preferencial. A instituição financeira divulgou que teve um lucro líquido de R$ 3,911 bilhões no segundo trimestre, um recuo de 5,4% na comparação com igual período de 2016. A instituição também mudou suas projeções de desempenho para o ano e agora espero um recuo na carteira de crédito. As ações do Itaú Unibanco subiram 0,10% e as do Banco do Brasil caíram 0,86%.
JUROS AJUDAM RESULTADOS DAS EMPRESAS
Ainda entre as grandes empresas que divulgaram balanço nesta quinta-feira, a Ambev, que possui o maior peso individual na composição do Ibovespa, encerrou com alta de 1,48%. No caso da Natura, a alta foi de 6,10%, a maior do índice. Nos dois casos, as empresas tiveram um resultado melhor devido à redução das despesas financeiras, uma das consequências da redução dos juros.
Ainda do lado positivo, a JBS viu suas ações subirem 5,75%. O frigorifico convocou assembleia de acionistas para avaliar a saída da família Batista do controle da companhia.
Já os papéis preferenciais da Petrobras fecharam em leve alta de 0,15%, cotados a R$ 13, e os ordinários tiveram valorização de 0,51%, a R$ 13,61. No exterior, o petróleo era negociado em alta de 1,24% próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil, com o barril a US$ 51,60.
A maior queda foi registrada pelas preferenciais da Eletrobras, com tombo de 2,14%.

DÓLAR EM ALTA
No exterior, o “dollar index”, que calcula o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, operava em alta de 0,25%.
— O dólar começou a ganhar força com a divulção de dados americanos, principalmente as encomendas de bens duráveis. Após os dados, o dólar inverteu sinal e passou a subir frente aos seus pares e as divisas emergentes e ligadas às commodities — avaliou Jefferson Luiz Rugik, analista da Correparti Corretora de Câmbio, destacando fatores que são positivos para a avaliação da economia brasileira, já que contribuem para o esforço fiscal.

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