sábado, 28 de janeiro de 2017

LAVA-JATO: Contratação de criminalista para defesa de Godinho acena para delação

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Celso Vilardi vai defender ex-braço-direito de Eike

Godinho, de óculos escuros, conversa com o diretor de futebol Rodrigo Caetano e o então treinador Muricy Ramalho em treino do Flamengo, em fevereiro de 2016 - Gilvan de Souza/Divulgação Flamengo

RIO — Ex-braço-direito do empresário Eike Batista e ex-vice-presidente do Flamengo, Flávio Godinho, preso na última quinta-feira durante a Operação Eficiência, contratou o criminalista Celso Vilardi para defendê-lo. O advogado, conforme informações do blog do colunista do GLOBO Lauro Jardim, é responsável pelas delações premiadas da Andrade Gutierrez e da Camargo Corrêa. A escolha é apontada como um aceno para um possível acordo de delação que envolva Godinho.
Considerado um dos maiores criminalistas do país, Vilardi esteve ontem com Godinho no Complexo de Gericinó. O advogado entrará com um pedido de habeas corpus para tentar libertar seu cliente. Ele é acusado de ter elaborado a operação que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), permitiu a Eike pagar US$ 16,5 milhões de propina ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral. O dinheiro foi transferido a uma empresa dos irmãos Marcelo e Renato Chebar, doleiros que seriam operadores de Cabral, sob pretexto de intermediação na compra de uma mina de ouro.
Flávio Godinho atuou durante anos como advogado e um dos principais executivos do Grupo X, de Eike Batista. Mas foi como vice-presidente de futebol do Flamengo que ganhou notoriedade pública. Funcionário das empresas X desde os anos 1980, Godinho foi diretor-presidente e jurídico da EBX, e o mais fiel dos executivos que fizeram fortuna trabalhando com Eike
Não foram poucos os executivos que brigaram com Eike. Mas Godinho foi exceção. Mesmo após a derrocada da holding, permaneceu ao lado do empresário, e só em 2013 deixou as empresas X. O advogado virou consultor informal do agora foragido da polícia, abriu empresa de consultoria e se dedicou à política do Flamengo.
Em 2013, Godinho deixou a diretoria do Flamengo, à qual voltaria em 2015, desta vez como vice presidente de futebol. Habituou-se aos holofotes da imprensa esportiva, e mostrava-se confortável na condição de dar entrevistas como responsável pelas contratações de craques para o Flamengo.

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