quarta-feira, 2 de março de 2016

ECONOMIA: BC mantém taxa de juros em 14,25% pela quinta reunião consecutiva

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Seis diretores votaram pela manutenção e dois para elevar o índice

- Gregg Newton / Bloomberg

BRASÍLIA - Com inflação em alta e recessão maior, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) estável em 14,25% ao ano. A decisão, tomada na noite desta quarta-feira pela autoridade monetária, não foi unânime: seis diretores votaram a favor da manutenção e dois pela elevação da taxa.
Desde julho do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) não altera a política de controle de preços no país. Na prática, essa é a quinta reunião consecutiva em que a taxa permanece inalterada.
Apesar de a inflação oficial, o Índices de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumular uma alta de 10,84% nos últimos 12 meses (muito acima do teto da meta de 6,5% para este ano), os diretores do BC julgaram que não há espaço para mais aperto nos juros por causa da crise econômica.
No início do ano, o Copom até sinalizou que apertaria a política monetária. Apenas um dia antes da reunião do colegiado em janeiro, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, soltou um comunicado nada convencional para comentar previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Era um pretexto para avisar que o plano de voo tinha mudado e que não haveria alta dos juros.
Depois disso, em entrevista à colunista do GLOBO Miriam Leitão, ele disse que ainda é cedo para cortar a taxa básica, mas os economistas do mercado financeiro trabalham com queda da Selic no segundo semestre deste ano, quando a inflação começar a mostrar índices melhores.
Com um cenário pior de crise econômica, os analistas diminuíram suas previsões para o IPCA em 2016. De acordo com a pesquisa semanal que o Banco Central faz com as principais instituições financeiras, a expectativa passou de 7,62% para 7,57% no início desta semana. Foi a primeira queda em 12 semanas. É um efeito do desligamento de termelétricas e de baixa na conta de luz.
'INCERTEZAS DOMÉSTICAS'
Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o Banco Central informou que os diretores Sidnei Corrêa Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) foram os defensores de uma alta na Selic. Ambos queriam que a taxa fosse para 14,75% ao ano. Votaram pela manutenção dos juros: o presidente do BC, Alexandre Tombini, e os diretores Aldo Mendes (Política Monetária), Altamir Lopes (Política Econômica), Anthero Meirelles (Fiscalização), Luiz Edson Feltrim (Administração) e Otávio Damaso (Regulação).
O comunicado desta quarta-feira foi praticamente igual ao divulgado na reunião do Copom em janeiro. A única diferença foi que, no encontro anterior, o Comitê informou que decidia manter a Selic considerando, entre outros fatores, a “elevação das incertezas domésticas”. Desta vez, a palavra “elevação” foi retirada do texto.
O comunicado desta quarta-feira diz: “Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, e considerando as incertezas domésticas e, principalmente, externas, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25% a.a., sem viés, por seis votos a favor e dois votos pela elevação da taxa Selic em 0,50 p.p”.

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