quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

CASO PETROBRÁS: Cerveró diz que conhecia Fernando Baiano e diretor da Toyo Setal

G1
Samuel Nunes 
Do G1 PR

Declarações foram feitas em depoimento à Polícia Federal, em Curitiba.
Ex-diretor da área internacional da Petrobras está preso desde quarta (14).
Nestor Cerveró (esq) durante a chegada ao IML, em Curitiba, para exame de corpo de delito, na quarta-feira (14) e Fernando Baiano, em imagem de novembro de 2014 (Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo e Vagner Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse em depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (15), que conhece pessoalmente o diretor da empreiteira Toyo Setal, Júlio Camargo, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Segundo Cerveró, ele intermediou com Camargo o aluguel de sondas de prospecção para a estatal. Já a respeito de Baiano, ele disse ter sido abordado apenas uma vez pelo lobista. O conteúdo do depoimento está disponível no sistema de processo eletrônico da Justiça Federal.
Júlio Camargo é um dos investigados na Operação Lava Jato. Partiu dele, em um acordo de delação premiada, o detalhamento das informações de que empreiteiras promoviam um cartel para definir quem ganharia as licitações junto à Petrobras. Já Baiano foi citado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como operador do PMDB para o recebimento e distribuição de propina para o partido.
De acordo com Cerveró, Baiano o procurou diretamente apenas uma vez, no ano de 2000, para oferecer os serviços de uma empresa espanhola que ele representava, especializada em gás e óleo, áreas em que a Petrobras ainda engatinhava. À época, o Brasil vivia o começo de uma crise energética, que, no ano seguinte, chegou ao ponto de haver racionamento de energia elétrica. Para evitar novas crises, o governo pensava em investir em usinas termelétricas.
A empresa espanhola, conforme Cerveró, que ainda trabalhava como gerente executivo de energia, pretendia fazer uma parceria com a Petrobras para investir no fornecimento às usinas. O contrato foi celebrado, mas de acordo com o ex-diretor, não teve valores significativos para a estatal. Cerveró garantiu que, a partir de então, só via Fernando Baiano nos corredores da Petrobras, mas nunca mais teve qualquer contato comercial com ele. Também negou que tenha recebido qualquer propina para a celebração do acordo entre a Petrobras e a empresa.
Com Júlio Camargo, porém, o contato foi mais longo. O ex-diretor disse que o diretor da Toyo Setal atuava também como lobista na Petrobras. No depoimento, ele conta que, em 2006, a estatal promoveu uma parceria com a empresa Mitsui, representada por Camargo, para a construção de navios-sonda. As duas companhias constituiram uma subsidiária no exterior que, mais tarde, alugou as embarcações para a própria Petrobras.
No depoimento, ele também falou a respeito da polêmica em torno da transferência de bens para familiares. O Ministério Público Federal considerou que isso foi uma tentativa de evitar o confisco de imóveis e investimentos para pedir a prisão do ex-diretor. Sobre o tema, Cerveró repetiu o que o advogado já havia adiantado. Ele negou que as movimentações financeiras e imobiliárias tenham sido ilegais e disse que apenas decidiu antecipar a herança que deixaria aos filhos.

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